A Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound) publicou um relatório que revê as políticas e as regulamentações adotadas na Europa para combater o burnout no local de trabalho.
Entre os Estados-Membros da UE, o burnout é atualmente reconhecido como uma doença profissional em apenas dois países. Na Itália, o Instituto Nacional de Seguro contra Acidentes de Trabalho (INAIL) inclui o burnout na sua lista de doenças ocupacionais. O INAIL reconheceu 128 casos de burnout entre 2012 e 2016, de um total de 1 555 casos reportados no mesmo período.
Na Letónia, o burnout foi reconhecido como uma doença profissional pela lei de 1997 relativa ao seguro social obrigatório.
Na França, o reconhecimento do burnout como uma forma de stresse relacionado com o trabalho tem sido foco, nos últimos anos, de muito debate. Em fevereiro de 2017, a Assembleia Nacional aprovou o relatório da missão parlamentar criada para examinar a questão do burnout e analisar a sua definição e um quadro para o seu reconhecimento como uma doença relacionada com o trabalho. No entanto, esta proposta legislativa, bem como outra proposta legislativa destinada a reconhecer as questões de saúde mental ligadas à sobrecarga de trabalho como doenças ocupacionais, foram ambas rejeitadas em 2018.
Em vários outros países, como a Bélgica, a Holanda e a Bulgária e, apenas em certos setores específicos, como a saúde e a educação, tem havido discussões concretas sobre se o burnout deve ser considerado como uma "doença relacionada ao trabalho".
O relatório da Eurofound também explora em que medida as autoridades nacionais adotaram medidas para prevenir o burnout. A nível nacional, o esgotamento é abordado sob uma ampla variedade de títulos. A principal âncora política para o burnout é o stresse relacionado com o trabalho, sugerindo que o burnout é avaliado como uma exposição prolongada a stressores de trabalho crónicos. Em muitos países, são feitas referências ao "Acordo-Quadro Autónomo Europeu sobre o Stresse Relacionado com o Trabalho", adotado pelos Parceiros Sociais europeus em 2004, e aos relatórios de execução nacionais associados.
Na Bélgica, a prevenção do esgotamento é abordada através da lei de 1996 sobre o bem-estar no trabalho. Em 2014, essa legislação foi atualizada para reforçar a prevenção dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho, incluindo a violência e o assédio.
A Alemanha também inclui os riscos psicológicos como uma questão central na sua Estratégia Conjunta de Segurança e Saúde Ocupacional (Gemeinsame Deutsche Arbeitsschutzstrategie) e em 2015 introduziu uma lei sobre a prevenção que também cobre os riscos psicológicos.
Na França, o enfoque está na prevenção e não no reconhecimento como uma doença ocupacional. Para o efeito, foi estabelecida uma série de ações em matéria de saúde no trabalho, destinadas especificamente às pequenas e médias empresas, em resultado de negociações coletivas entre os parceiros sociais e outros intervenientes no terreno.
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