DADOS ESTATÍSTICOS

SST em Números | Cancro relacionado com o trabalho

O cancro relacionado com o trabalho constitui uma das principais doenças profissionais na Europa. Para abordar esta questão, é necessário dispor de dados atuais e fiáveis sobre a exposição dos trabalhadores a fatores de risco de desenvolvimento da doença.

É por este motivo que a EU-OSHA realizou um inquérito sobre a exposição dos trabalhadores a fatores de risco de cancro na Europa.

O inquérito visa identificar melhor os fatores de risco de cancro responsáveis pela maioria das exposições, apresentando uma síntese rigorosa e abrangente que pode contribuir para a aplicação de medidas preventivas, bem como para a sensibilização e elaboração de políticas, em última análise, ajudando na luta contra o cancro de origem profissional.

Os primeiros resultados do inquérito sobre a exposição dos trabalhadores aos fatores de risco de cancro na Europa identificaram a radiação solar ultravioleta (UV), as emissões de gases de escape dos motores a diesel, o benzeno, a sílica cristalina respirável (SCR) e o formaldeído como as exposições profissionais cuja probabilidade de ocorrência é mais frequente entre os 24 fatores de risco de cancro analisados.

No total, 24.402 trabalhadores responderam às perguntas do inquérito.

 

Seguem alguns resultados mais relevantes:

  • 52,6% dos inquiridos não foram expostos a nenhum dos vinte e quatro fatores de risco de cancro considerados na pesquisa, na sua última semana de trabalho;
  • 21,2% foram expostos a um  fator de risco;
  • 1,9% a mais de cinco fatores de risco;
  • Entre os trabalhadores expostos a um fator de risco de cancro, 14% trabalhavam na indústria transformadora, 14% no comércio grossista e retalhista e 13% em atividades de saúde e serviços sociais;
  • Mais de 60% dos trabalhadores tinham exposições múltiplas nas atividades extrativas e na construção;
  • 20,8% dos inquiridos manifestaram exposição à radiação solar UV (incluindo a exposição ocular) que é a exposição mais comum;
  • Estimou-se que um em cada cinco trabalhadores estava exposto às emissões dos motores diesel, a maioria delas a um nível baixo;
  • Estima-se que 13% dos trabalhadores estavam expostos ao benzeno;
  • Muitos trabalhadores de postos de gasolina (98%), trabalhadores da construção e manutenção de estradas (68%) e bombeiros (51%) provavelmente foram expostos a esse fator de risco de cancro;
  • 8,4% dos trabalhadores foram expostos a sílica cristalina respirável;
  • Mais de 90% dos trabalhadores de minas e pedreiras e trabalhadores de construção e manutenção de estradas foram, provavelmente, expostos a fatores de risco durante a última semana de trabalho, bem como 79% dos trabalhadores na produção de cerâmica;
  • 6,4% dos trabalhadores estavam expostos ao formaldeído;
  • Mais de duas em cada cinco pessoas nas seguintes categorias profissionais estavam provavelmente expostas ao formaldeído: trabalhadores da indústria de estofos (62%); floristas (50,7%); bombeiros e trabalhadores que fabricam/reparam calçado ou acabamentos em couro (ambos 45,3%); e trabalhadores que fabricam artigos de borracha, borracha, plástico ou resina (42,5%).

 

Fonte: Inquérito sobre a exposição dos trabalhadores a fatores de risco de cancro na Europa – Primeiras conclusões

07 março 2024

SST em Números | A Sinistralidade Laboral em Números

A União Europeia (UE) registou, em 2020, 2,4% de acidentes de trabalho, com Portugal a ocupar o sexto lugar entre os Estados-membros (3,2%), recuando ambos face a 2013.

De acordo com o EUROSTAT, em 2020, 2,4% das pessoas empregadas na UE - ou não empregadas, mas que tinham trabalhado durante o ano anterior ao inquérito -relataram pelo menos um acidente de trabalho nos 12 meses anteriores, uma percentagem inferior aos 2,8% registados em 2013, o que pode ser em parte devido à pandemia da covid-19.

  • A Finlândia (9,6%), Suécia (5,0%) e França (4,6%) apresentaram, em 2020, as maiores taxas de acidentes de trabalho, com a Lituânia (0,5%), Bulgária e Hungria (0,7% cada) a registarem as menores.
  • Portugal está no sexto lugar da tabela, com uma taxa de 3,2%, face à de 4,0% registada em 2013.
  • A categoria profissional com a maior percentagem de pessoas que relataram um acidente de trabalho a nível da UE em 2020 foi a dos trabalhadores do setor artesanal (4,4%).
  • No que toca a fatores de risco para a saúde física no trabalho, 13,2% dos inquiridos indicaram as posições cansativas ou dolorosas como o mais grave para a sua saúde, seguindo-se atividades envolvendo forte concentração visual (10,0%), manuseamento de cargas pesadas (9,1%) e movimentos repetitivos das mãos ou dos braços (8,7%).
  • Os dados também indicaram que 44,6% das pessoas empregadas com idades entre os 15 e os 64 anos declararam enfrentar fatores de risco para o seu bem-estar mental no trabalho.
  • Em 2020, 22% dos acidentes de trabalho não mortais, registados em Portugal, ocorreram em empresas com 1 a 9 trabalhadores.
  • Regista-se uma diminuição dos valores percentuais no decorrer dos anos em análise, de 26% em 2014 para 23% em 2019.
  • Em 2020, 23% dos acidentes de trabalho mortais, registados em Portugal, ocorreram em empresas com 10 a 49 trabalhadores.

 

Regista-se uma diminuição dos valores percentuais no decorrer dos anos em análise, de 29% em 2014 para 23% em 2019, excetuando o ano de 2015 que registou 30% da totalidade de acidentes de trabalho mortais registados no nosso país.

Em 2020, 28% dos acidentes de trabalho não mortais, registados em Portugal, ocorreram em empresas com 10 a 49 trabalhadores.

Em 2020, 24% dos acidentes de trabalho com consequência mortal, registados em Portugal, ocorreram em empresas com 50 a 249 trabalhadores.

Regista-se um aumento percentual no decorrer dos anos em análise, de 16% em 2014 para 24% em 2019.

Em 2020, 17% dos acidentes de trabalho não mortais, registados em Portugal, ocorreram em empresas com 50 a 249 trabalhadores.

Regista-se um aumento percentual no decorrer dos anos em análise, de 15% em 2014 para 18% em 2019.

Em 2020, 5% dos acidentes de trabalho mortais, registados em Portugal, ocorreram em empresas com 250 a 499 trabalhadores.

De registar a diminuição significativa ocorrida de 8% em 2019 para 5% em 2020.

Em 2020, 7% dos acidentes de trabalho não mortais, registados em Portugal, ocorreram em empresas com 250 a 499 trabalhadores.

Os valores percentuais mantiveram-se estáveis no decorre dos anos em análise, oscilando entre 6% em 2014.

Em 2020, 11,45% dos acidentes de trabalho mortais, registados em Portugal, ocorreram em atividades da agricultura.

Em 2016 registou-se uma diminuição significativa dos acidentes mortais registados neste setor de 12,32% para 6,80% em 2018.

Relativamente aos acidentes de trabalho mortais registados no domicílio, apenas são disponibilizados valores percentuais em 2016 e 2017, cuja análise evidencia um aumento muito significativo de 0,71% para 8,57%.

Apenas se registaram acidentes de trabalho mortais, nos estabelecimentos de saúde, no ano der 2019, representando 1,92% da totalidade de acidentes ocorridos no nosso país.

De ressaltar, Espanha que regista no ano de 2020 um valor percentual significativo de 7,40% de acidentes ocorridos neste setor de atividade.

Da mesma forma, Itália regista em 2020 um valor percentual de 10,82% de acidentes mortais.

Em 2020, 29,77% dos acidentes de trabalho mortais, registados em Portugal, ocorreram em ambiente de estaleiro, tendo -se verificado um aumento significativo de 22,14% em 2017 para os valores percentuais já referidos 29,77% em 2020.

Em 2020, 16,79% dos acidentes de trabalho mortais, registados em Portugal, ocorreram em ambiente industrial, tendo-se verificado um aumento significativo de 13,04,14% em 2015 para 19,42% em 2010.

Em 2020, 3,78% dos acidentes de trabalho não mortais, registados em Portugal, ocorreram em atividades da agricultura.

2015 foi o ano em que se registou um valor percentual mais elevado – 4,09% e o ano 2017 registou 2,70% da totalidade de acidentes ocorridos no nosso país.

Em 2020, 1,80 % dos acidentes de trabalho não mortais, registados em Portugal, ocorreram no domicílio.

Em 2020, 5,13% dos acidentes de trabalho não mortais, registados em Portugal, ocorreram em estabelecimentos de saúde, tendo-se verificado um aumento significativo de 3,98% em 2019.

Em 2020, 5,13% dos acidentes de trabalho não mortais, registados em Portugal, ocorreram em ambiente de estaleiro.

Em 2020, 39,37% dos acidentes de trabalho não mortais, registados em Portugal, ocorreram em zona industrial, tendo -se verificado um aumento significativo de 32,81% em 2014 para 36,18% em 2019.

 

Fonte:
Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat)

23 fevereiro 2024