João Dias da Silva foi ontem reconduzido por maioria absoluta como Secretário-Geral da FNE, pelos cerca de 500 delegados votantes, que participaram no XII Congresso da FNE, realizado nos dias 20 e 21 de Outubro em Aveiro.

Registaram-se ao longo dos dois dias as presenças do Deputado Alexandre Quintanilha, em representação do Presidente da Assembleia da República, dos deputados António Carlos Monteiro, do CDS-PP, e Porfírio Silva, do PS, do Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Ribau Esteves e do Secretário-Geral da UGT, Carlos Silva, para além de D. Ximenes Belo, Prémio Nobel da Paz, este a propósito de uma campanha que a FNE vai lançar para recolha de fundos para a reconstrução de uma escola em Timor-Leste. Na sessão de encerramento, estiveram presentes delegações de vários sindicatos nacionais e internacionais.

O Congresso, entretanto, tinha já aprovado por unanimidade o Plano de Ação e a Moção de Estratégia para 2018-2022.

João Dias da Silva, no seu discurso de abertura no primeiro dia do Congresso reforçou que a ação da FNE nos últimos quatro anos ficou marcada por uma grande linha orientadora, o combate a todas as formas de austeridade e de precariedade, promovendo políticas educativas de qualidade com profissionais reconhecidos e valorizados, sendo que no encerramento as palavras do Secretário-Geral foram dirigidas à valorização da negociação coletiva "como espaço privilegiado de defesa dos direitos coletivos essenciais, e como o espaço de afirmação da natureza imprescindível dos sindicatos ao funcionamento da democracia. Não há democracia forte que não respeite os seus sindicatos".

Dias da Silva, pegando no lema do XII Congresso, deixou o apelo aos congressistas: "Amanhã, para as nossas escolas, temos de levar uma mensagem de que os trabalhadores da Educação, Docentes e Não Docentes, podem acreditar na FNE, porque todos nós, juntos, vamos dar o nosso melhor por uma Escola Prestigiada, com Profissionais Valorizados", disse a finalizar.

Também a marcar o encerramento desta reunião magna da FNE esteve presente o Secretário-geral da UGT, Carlos Silva, que no seu discurso desafiou o Primeiro-ministro, António Costa, a cumprir as expectativas criadas aos professores, com a contagem integral do tempo de carreira, defendendo que o Governo deve fazer investimentos públicos sem tirar dinheiro aos docentes.

Para o líder da UGT, o Executivo deve continuar a fazer investimentos públicos, mas sem tirar dinheiro aos professores. “Eu não sou daqueles que, para não pagarem, iria construir uma estrada. Quando fizerem a estrada de Viseu a Coimbra façam-na, mas façam-na com o dinheiro do Orçamento do Estado e com os impostos que continuam a pesar na carga fiscal de todos os portugueses. Não vão retirá-lo aos professores, às suas carreiras e ao seu futuro”, observou.

Carlos Silva afirmou ainda estar atualmente “muito mais disponível” para a luta na rua, nas empresas e nas escolas, do que estava há cinco anos. E aproveitou a oportunidade para apelar à participação na greve da Administração Pública que está convocada para o dia 26, sublinhando que “há muito tempo que todas as organizações sindicais não estavam unidas, imbuídas do mesmo espírito de unidade”. “Temos de estar todos na rua, remos de dar um sinal ao país, temos de dizer que não desistimos. Temos que dizer os trabalhadores em primeiro lugar, e depois a política, e depois o Fundo Monetário Internacional (FMI), e depois a Comissão Europeia e depois o dinheiro. Primeiro, as pessoas. É para isso que nós cá estamos”, realçou.