31 janeiro 2019
Unidos para criar o maior Sindicato do Sector Financeiro
SBSI, SBC, SISEP e STAS assinaram esta manhã, na sede da UGT, uma declaração de compromisso para a constituição de um sindicato nacional do setor financeiro, que deverá nascer em 2020.
Um momento histórico. Às 11h00 de hoje, 31 de janeiro, os presidentes das Direções dos quatro sindicatos formalizaram, com a assinatura pública da declaração de compromisso, "a firme vontade de constituir uma organização de âmbito nacional".
Carlos Silva, que como secretário-geral da UGT foi anfitrião da iniciativa, destacou a importância desta decisão conjunta, lembrando que três dos Sindicatos – SBSI, SBC e STAS (então com outra designação) – foram fundadores da central sindical e muito ativos durante a ditadura e após o 25 de Abril. "Estes são, realmente, os grandes sindicatos da UGT", frisou.
Congratulando-se por "ver surgir o maior sindicato português – o SBSI já é o maior per si, mas outros entenderam juntar-se", disse o líder da central, acrescentando que "este exemplo de unidade devia ser replicado no País e no movimento sindical".
Carlos Silva adiantou que este tarde, na audiência da UGT com o Presidente da República, transmitir-lhe-á "este momento", recordado que Marcelo Rebelo de Sousa defendeu a adaptação do movimento sindical aos novos desafios.
Projeto com décadas
O presidente do SBSI, que na mesa esteve ladeado pelos presidentes dos restantes Sindicatos – António Carlos (SISEP), Helena Carvalheiro (SBC) e Carlos Marques (STAS) – interveio em nome de todos.
"Este projeto não nasceu há pouco, há décadas que se fala na união, para responder ao que se passa no setor financeiro", explicou.
Referindo-se ao âmbito abrangente da futura organização nacional, Rui Riso salientou a importância de não deixar desprotegidos os trabalhadores do setor que não se reveem nos Sindicatos dos Bancários ou dos Seguros, como os consultores ou os técnicos de informática. "Há 30 anos que se sentiu a necessidade de um sindicato que abrangesse todas as áreas do setor financeiro", disse.
Admitindo que para muitos, por sentimentos de pertença e ligação ou de preenchimento de cargos, a mudança é difícil. "Mas os dirigentes destes quatro Sindicatos não estão agarrados ao poder", como prova a constituição do futuro sindicato.
"Não há democracia sem sindicatos. Os sindicatos são o mais forte que os mais fracos têm, e nas relações de trabalho os mais fracos são os trabalhadores", frisou.
Caminho irreversível
A declaração de compromisso agora assinada é "um manifesto da vontade de traçar o caminho expresso nas assembleias-gerais" dos Sindicatos.
"Este compromisso formaliza a vontade destes quatro sindicatos, de dar continuidade ao desejo, há muito manifestado, de uma união sindical do setor financeiro que promova a construção de uma organização sindical mais forte, mais abrangente e que garanta maior proteção aos seus associados", lê-se no documento.
"Os trabalhadores do setor financeiro estão, a partir de hoje, mais fortes. Este é um passo determinante do sindicalismo do futuro, ao fortalecer os sindicatos, a UGT e o sindicalismo português", considerou Rui Riso.
"A atividade sindical vai continuar o caminho irreversível deste projeto. A partir de hoje estamos comprometidos", frisou.
Referindo-se à data prevista para o nascimento do futuro sindicato nacional, Rui Riso adiantou que há um calendário estabelecido, de forma a cumprir as necessidades burocráticas, fiscais e de interação com o exterior, mas os Sindicatos não podem determinar o tempo de intervenção das entidades externas, como o Ministério do Trabalho.
Assim, dando tempo para que se cumpram todos os passos, "o sindicato unificado deverá existir daqui a um ano", concluiu Rui Riso.
À margem da apresentação do novo sinidcato nacional, o líder do SBSI, questionado pelos jornalistas sobre a aqctual polémica com a auditoria à CGD, disse que as responsabilidades sobre a gestão da CGD não são só do actual Governo e devem ser também atribuidas ao anterior Executivo.
O Presidente do SBSI considera que é fundamental que a confiança no banco público não seja abalada, e para isso é preciso distinguir a instituição financeira das pessoas que a lideram:" a auditoria é importante para apurar responsabilidades civis sobre quem possa ter prejudicado a Caixa e por consequência o erário público", admite, alertando no entanto que "temos de ter distanciamento suficiente para não colocar em causa a confiança que a Caixa recuperou no mercado e já agora para poupar quem dá a cara pela Caixa".
(Texto: UGT com SBSI)
REPORTAGEM RTP
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