Decorre hoje pela primeira vez, em mais de 20 anos, a Cimeira Social para o Emprego Justo e Crescimento na União Europeia. Desta reunião em Gotemburgo, na Suécia, irá sair o Pilar Europeu dos Direitos Sociais, uma declaração assinada por todos os estados membros e que se espera que venha a ser mais do que uma declaração de princípios. 
 
O Pilar Social assenta em 20 princípios-chave que garantem um funcionamento mais justo e eficaz dos mercados de trabalho e dos sistemas de proteção social. Os princípios e os direitos consagrados no Pilar estão estruturados em três categorias: a igualdade de oportunidades e acesso ao mercado de trabalho; condições de trabalho justas; proteção e inclusão social. 
 
A UGT junta a sua voz à posição da Confederação Europeia de Sindicatos (CES), e espera que as palavras inscritas neste documento se traduzam em políticas e leis efectivas que façam a diferença na vida dos trabalhadores europeus.
 
Esta foi uma luta do movimento sindical. A Europa finalmente passou da austeridade para os direitos sociais e a solidariedade. Já é tempo de restaurar o modelo social europeu, que foi desmantelado por uma década de austeridade, e refazer uma "economia social de mercado", onde os direitos sociais não são anulados pelas liberdades económicas.
 
Espera-se que a assinatura deste documento seja seguida de uma forte impulso para a implementação de acções concretas por parte de cada estado-membro, estabelecendo novas iniciativas legislativas e politicas que efetivem os direitos contidos no Pilar Social.
 
O movimento sindical europeu espera que um pacote de novas leis com novos direitos, incluindo:
 
• Um acordo ambicioso para a revisão da Directiva relativa ao destacamento de trabalhadores, garantindo que o princípio da igualdade de remuneração por trabalho igual seja plenamente respeitado em toda a Europa;
 
• Uma nova directiva relativas às licenças de parentalidade e de cuidadores de forma a melhorar a igualdade de género no mercado de trabalho e a conciliação entre trabalho e vida pessoal;
 
• Uma revisão da Directiva de Declaração Escrita e uma directiva sobre o acesso universal à protecção social, que conduzam a mais e melhores direitos e a condições de trabalho mais justas para todos os trabalhadores europeus, independentemente do seu vínculo laboral, incluindo trabalhadores precários, plataforma e trabalhadores independentes;
 
• Uma Autoridade Europeia do Trabalho que combata os abusos e a fraude transfronteiriças e ajude as autoridades públicas e os parceiros sociais a realizar um diálogo social e uma negociação colectiva sólidos, de forma a resolver disputas a nível transnacional e a gerir uma transição justa para uma economia de baixo carbono, e uma concorrência mais justa na digitalização e globalização;
 
• Recomendações políticas e económicas, no âmbito de um Semestre Económico e Social Europeus renovados, que reflitam os princípios do Pilar Social e não apenas as regras fiscais e orçamentais.
 
Os sindicatos europeus marcarão presença na Cimeira social da União Europeia em Gotemburgo, com um evento da Confederação Sindical Europeia (CES) e delegações sindicais que participaram de uma Cúpula Social Tripartida Extraordinária e da Cúpula Social. A UGT fez-se representar neste evento pelos Secretários Executivos, José Cordeiro e Bruno Teixeira.