Os trabalhadores da Administração Pública, dirigentes, delegados e ativistas sindicais da Federação de Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (FESAP) e da Federação Nacional da Educação (FNE) manifestaram-se hoje numa concentração junto ao Ministério das Finanças, em Lisboa e que contou a participação dos Secretários-gerais da UGT, da FESAP e da FNE, Carlos Silva, José Abraão e João Dias da Silva, respectivamente.

Com esta iniciativa, os cerca de 300 dirigentes, delegados e ativistas demonstraram ao Governo o enorme descontentamento existente entre os trabalhadores da administração pública que se está a manifestar também através da greve que já está em curso, uma vez que os problemas identificados continuam sem solução e sem previsão de iniciativas negociais por parte do Governo para alcançar algum consenso.

A FNE e a FESAP quiseram com esta concentração e greve reforçar a ideia de que durante toda esta legislatura e em todos os orçamentos, desde 2016 até 2019, nunca se promoveu a justa valorização dos trabalhadores da administração pública.

Esta foi também uma ação para defender a inversão da trajetória de perda de poder de compra que os trabalhadores da Administração Pública têm sofrido e levar o Governo a abandonar a política de baixos salários, passando a adotar políticas de emprego que valorizem e dignifiquem os salários e as carreiras de todos os trabalhadores.

Nesta concentração foi votada e aprovada uma Resolução (EM ANEXO) que foi entregue pelos dirigentes sindicais presentes no Ministério das Finanças, a qual serviu para frisar, uma vez mais, as razões que conduziram à convocação desta grande jornada de luta, e instando o Governo a dar passos firmes e decididos no sentido da resolução das questões que mais preocupam os trabalhadores, retomando a normalidade há muito prometida.

Nos discursos que antecederam a entrega da resolução no Ministério, o Secretário-geral da FESAP, José Abraão, destacou que o primeiro dia de greve "excedeu as expectativas", tendo em conta o nível de adesão, que levou a que várias escolas tivessem de encerrar.

Também o Secretário-Geral da FNE reforçou a ideia de que está nas mãos do Governo a pacificação do terceiro período de aulas, se o Ministério da Educação considerar reiniciar as negociações ainda durante o segundo período escolar para a recuperação do tempo de serviço de 9 anos, 4 meses e 2 dias.

Já o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, afirmou que o pré-aviso de greve teve como objetivo permitir que os trabalhadores participassem no protesto da FESAP e da FNE, sublinhando que "amanhã [sexta-feira] é o grande dia da greve".

Carlos Silva salientou que a UGT "é uma organização sindical moderada, que prefere a negociação à luta na rua", acrescentando que a central sindical só parte para a greve "quando é empurrada" para isso.

"O Governo tem de manter a negociação em cima da mesa e dizer aos sindicatos que está disponível para um compromisso", defendeu o líder da UGT.

Esta foi uma grande jornada de luta que pretendeu chamar a atenção à opinião pública sobre os principais problemas que afetam os trabalhadores da Administração Pública, procurando igualmente o definitivo esclarecimento da diferença entre aumento salarial e progressão na carreira, afastando uma confusão que o próprio Executivo tem alimentado e que tem gerado interpretações injustas junto da população em geral e até de alguns setores da Administração Pública, tentando fazer crer que estão a ser dados aos trabalhadores do Estado benefícios que, na realidade, não são mais do que direitos que pura e simplesmente não têm sido respeitados.

Intervenção do Secretário-geral da UGT

Intervenção do Secretário-geral da FESAP

Intervenção do Secretário-geral da FNE