Uma delegação da UGT foi recebida pelo Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista (PS), Carlos César, em mais um encontro dos vários que a central sindical promoveu junto dos partidos com assento parlamentar no sentido de apresentar as suas propostas relativas ao Orçamento do Estado para 2019.

No final da reunião com o Grupo Parlamentar do PS, o líder da UGT adiantou que recebeu por parte do presidente socialista o compromisso de “analisar” a questão da contagem do tempo de serviço das carreiras especiais da Administração Pública, em que incluem os professores. Uma das preocupações já manifestadas pela UGT por não haver por parte do Governo “uma solução clara e inequívoca”, o que levará a uma imposição por parte do Parlamento caso não exista uma solução negociada com os sindicatos. Neste ponto, Carlos Silva referia-se às várias propostas de alteração do O.E.2019 que, pelo BE e pelo PCP, incluem uma calendarização para a contagem integral do tempo de serviço. Do lado do PSD e do CDS as propostas vão no sentido da imposição de normas que retoma o que foi aprovado no orçamento de 2018 e que forçam o Executivo a voltar à mesa de negociações

Carlos Silva adiantou que “o PS tem a preocupação dos constrangimentos orçamentais, mas reconhece que houve uma recomendação no ano interior. O grupo parlamentar irá analisar de que ponto poderá intervir, há esse compromisso do presidente Carlos César no sentido de perceber até onde podemos ir. É um ponto de interrogação.”

No mesmo dia, a UGT reuniu também com o PSD, tendo sido transmitido ao líder da UGT o reconhecimento de que o tempo de serviço deve ser contabilizado, embora com “responsabilidade de se perceber que impacto terá no orçamento”.

Em matéria fiscal, Carlos Silva salientou que a UGT entende que “deveria ser introduzido mais um escalão no IRS e mexidas nas taxas deste imposto, embora o Governo já tenha manifestado a sua indisponibilidade”.

“Deveria haver responsabilidade social da parte do actual Governo, adotando uma maior progressividade naquilo que é a uma carga fiscal tremenda que afecta os portugueses, sobretudo os cidadãos da classe média”.

O Secretário-geral da UGT manifestou também preocupação em relação à política para o interior do país e dos fundos europeus destinados à formação profissional no próximo quadro comunitário.

No que respeita à evolução do salário mínimo nacional, Carlos Silva deixou críticas ao Bloco de Esquerda por ter incluído essa matéria, com valores específicos de aumento, no acordo de viabilização do governo do partido socialista em novembro de 2015.

“Se calhar, sem acordo, o salário mínimo poderia ir além dos 600 euros. Temos de conseguir ultrapassar este constrangimento. O Bloco de Esquerda quis criar uma bandeira do salário mínimo, que não é a sua e que sempre foi do movimento sindical”, afirmou o líder da UGT.

Notícia baseda na Agência Lusa e Foto da autoria de Jorge Ferreira (P.S)