Ao ritmo actual, as diferenças salariais entre géneros não serão eliminadas antes do próximo século. Um estudo da Confederação Europeia de Sindicatos (CES-ETUC), que surge numa altura em que a Comissão Europeia adia a publicação de uma directiva que poria termo a este escândalo.

Os dados do Eurostat mostram que a diferença salarial entre géneros se reduziu, em apenas, 1% nos últimos 8 anos, o que significa que as mulheres, na Europa, terão de esperar 84 anos para atingir a igualdade salarial se a tendência actual se mantiver.

A CES-ETUC concluiu também que sem medidas que tornem vinculativa a igualdade salarial, o fosso irá continuar a alargar-se em nove dos Estados Membros, entre os quais Portugal (de 12,8% em 2010 para 16,8% em 2018).

Neste contexto é inaceitável, para a UGT, que a publicação da directiva da Transparência Salarial tenha sido adiada de 4 de Novembro (dia da Igualdade Salarial) para 15 de Dezembro e que se tenha colocado toda a iniciativa em dúvida ao marcá-la como “a confirmar”. Sabemos das pressões existentes por parte de grupos que se opõem à igualdade mas não podemos aceitar que as mulheres que tantas vezes estão na linha da frente, em tempos de crise como foi agora com a pandemia, tenham que esperar mais de 100 anos por um salário justo.