Quinze mil trabalhadores de toda a Europa marcharam esta terça-feira até às instituições da União Europeia, em Bruxelas, para enviar uma mensagem clara aos líderes de que não pode haver regresso à austeridade. 

 

Membros de sindicatos de 30 países, nos quais se incluíram uma delegação da UGT, deslocaram-se à Bélgica para participar na manifestação "Juntos contra a austeridade", organizada pela Confederação Europeia de Sindicatos (CES).

 

O protesto ocorreu na véspera de uma reunião dos chefes de governo europeus, que se esforçam por chegar a um consenso sobre uma controversa reforma das regras de governação económica da UE.

 

De acordo com o projeto de proposta da Comissão Europeia, os Estados-Membros com um défice superior a 3% do PIB teriam de reduzir o seu défice orçamental num mínimo de 0,5% do PIB todos os anos.

 

Isto significaria que os Estados-Membros seriam forçados a cortar 45 mil milhões de euros dos seus orçamentos só no próximo ano, de acordo com cálculos da CES baseados em dados da Comissão Europeia. A proposta do Conselho tornaria os cortes ainda mais severos.

 

A CES e as organizações filiadas aproveitaram a manifestação para apelar aos líderes da UE para que apoiem:

 

- Regras de governação económica que coloquem o bem-estar das pessoas e do planeta acima de limites arbitrários, incluindo através de uma "regra de ouro" para o investimento público que, pelo menos, exclua os investimentos para objetivos sociais e climáticos dos limites de despesa.

- A manutenção dos mecanismos de solidariedade da UE introduzidos durante a pandemia, como o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, para garantir condições de concorrência equitativas no investimento.

- Prorrogação por mais um ano da cláusula de salvaguarda geral do Pacto de Estabilidade e Crescimento, a fim de dar tempo suficiente para realizar uma reforma sustentável das regras de governação económica.

- Iniciativas necessárias para garantir um acordo justo para os trabalhadores, incluindo mais e melhores empregos, apoios à negociação coletiva, melhores condições de trabalho e o fim do trabalho precário.