12 dezembro 2023
UGT na manifestação europeia contra o regresso da austeridade na UE
Quinze mil trabalhadores de toda a Europa marcharam esta terça-feira até às instituições da União Europeia, em Bruxelas, para enviar uma mensagem clara aos líderes de que não pode haver regresso à austeridade.
Membros de sindicatos de 30 países, nos quais se incluíram uma delegação da UGT, deslocaram-se à Bélgica para participar na manifestação "Juntos contra a austeridade", organizada pela Confederação Europeia de Sindicatos (CES).
O protesto ocorreu na véspera de uma reunião dos chefes de governo europeus, que se esforçam por chegar a um consenso sobre uma controversa reforma das regras de governação económica da UE.
De acordo com o projeto de proposta da Comissão Europeia, os Estados-Membros com um défice superior a 3% do PIB teriam de reduzir o seu défice orçamental num mínimo de 0,5% do PIB todos os anos.
Isto significaria que os Estados-Membros seriam forçados a cortar 45 mil milhões de euros dos seus orçamentos só no próximo ano, de acordo com cálculos da CES baseados em dados da Comissão Europeia. A proposta do Conselho tornaria os cortes ainda mais severos.
A CES e as organizações filiadas aproveitaram a manifestação para apelar aos líderes da UE para que apoiem:
- Regras de governação económica que coloquem o bem-estar das pessoas e do planeta acima de limites arbitrários, incluindo através de uma "regra de ouro" para o investimento público que, pelo menos, exclua os investimentos para objetivos sociais e climáticos dos limites de despesa.
- A manutenção dos mecanismos de solidariedade da UE introduzidos durante a pandemia, como o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, para garantir condições de concorrência equitativas no investimento.
- Prorrogação por mais um ano da cláusula de salvaguarda geral do Pacto de Estabilidade e Crescimento, a fim de dar tempo suficiente para realizar uma reforma sustentável das regras de governação económica.
- Iniciativas necessárias para garantir um acordo justo para os trabalhadores, incluindo mais e melhores empregos, apoios à negociação coletiva, melhores condições de trabalho e o fim do trabalho precário.
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