A UGT, a convite do Sindicato Nacional da Indústria e Energia (SINDEL), seu filiado deslocou-se à região de Viseu para promover a sindicalização nas empresas Bodum e PSA de Mangualde.

A visita começou cedo na fábrica da Bodum, em Tondela, que tem 222 trabalhadores, 46 dos quais sócios do SINDEL. Esta unidade fabril, de origem dinamarquesa, dedica-se à exportação de artigos para uso doméstico. Desde 2016, acolhe o centro logístico internacional da empresa, exportando para todo o mundo a partir deste concelho do distrito de Viseu.

A tarde foi passada na PSA de Mangualde uma fábrica de produção de veículos comerciais ligeiros que pertence ao Grupo PSA, responsável pelo fabrico de modelos da Citroën, Peugeot e Opel.

A PSA de Mangualde é segunda maior fábrica de automóveis em Portugal, pertencente ao Grupo PSA da Peugeot-Citroën.

Em 2018 produziu 63 073 veículos, as carrinhas Peugeot Partner e Citroën Berlingo, que mudaram de geração ao longo do último ano. Esta fábrica é liderada desde abril de 2016 pelo espanhol José Maria Castro.

A delegação da UGT integrou o seu Secretário-geral, Carlos Silva, o Secretário-geral Adjunto, Sérgio Monte, o Secretário-geral do SINDEL, Rui Miranda, e o Presidente da UGT-Viseu, Manuel Teodósio.

Durante esta visita, em declarações à Lusa, o Secretário-geral da UGT, defendeu o combate à precariedade e o bom exemplo dado pelo sector da indústria.

Carlos Silva lamentou que se mantenha o hábito de contratar a termo em setores como o comércio, a restauração e a hotelaria, apesar de começar a haver menos sazonalidade no turismo.

“Há estudos impactantes da vida do país que revelam que já há turismo ao longo do ano. Nesse sentido, há contratos que se podem transformar em permanentes”, frisou, acrescentando que os sindicatos terão de trabalhar junto com as empresas desses setores para combaterem a precariedade.

Já na indústria, “há um sentimento transversal à generalidade das empresas”, que consideram que “a contratação muito precária não permite a eficiência e a eficácia” no trabalho.

“Entra um trabalhador e sai daqui a 15 dias, três semanas, um mês. Este entrar e sair baixa os níveis de produtividade, levanta problemas de eficiência à empresa”, sublinhou.

Por outro lado, acrescentou, a contratação temporária exige à empresa “andar sempre a dar formação”.

“Que interesse tem isto para uma empresa que quer consolidar os seus resultados e manter um acento tónico na formação e na qualificação dos trabalhadores?”, questionou.

Na Bodum, Carlos Silva encontrou trabalhadores que se qualificaram na empresa ou já entraram qualificados e também aqueles que ascenderam da produção para áreas técnicas, através de concursos internos.

“Isso é muito importante do ponto de vista empresarial, porque permite consolidar a produção, a qualidade exportadora e manter o nível de exigência, sobretudo para quem exporta para clientes como Walmart ou Starbucks”, frisou.

“Percebemos que a Bodum é um exemplo de boas práticas, corroborado pelo nosso sindicato, que tem uma taxa de sindicalização que ultrapassa aquilo que nós temos informação de que é o setor privado”, com 46 trabalhadores sindicalizados, contou.

O secretário-geral da UGT frisou que este exemplo de boas práticas se situa no interior do país, numa zona que têm várias empresas que “criam muitos postos de trabalho e fixam pessoas”, sobretudo jovens.

Oiça as declarações do Secretário-geral da UGT ao Jornal do Centro AQUI