A Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) apresentou no dia 12 de Abril, um estudo sobre a "Sustentabilidade do Sistema de Pensões Português", adjudicado ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa pela FFMS, no qual os investigadores perspectivam que a Segurança Social deverá começar a registar défices crónicos já no fim da próxima década, sendo a solução aumentar a idade de reforma até aos 70 anos.

Perante estas conclusões, o Secretário-geral da UGT defendeu que devem ser encontrados outros fatores que alimentem a Segurança Social, além do que já existe, sem o aumento da idade da reforma, que prejudica trabalhadores e o mercado de trabalho.

De acordo com Carlos Silva, independentemente da relevância do estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, aumentar a idade da reforma para os 69 anos "não é o caminho".

"Aumentar a idade da reforma é penalizar quem necessita do seu trabalho para garantir a sua subsistência e nós [UGT] não estamos de acordo com o aumento. Aliás, já tínhamos demonstrado a nossa contrariedade quando foi decidido o aumento de um mês por cada ano até aos 67 anos", salientou.

Carlos Silva lembra que a UGT sempre defendeu que para garantir a sustentabilidade da Segurança Social é preciso encontrar outras receitas alternativas que podem passar por uma tributação de impostos às empresas a partir de determinado patamar.

"Podemos encontrar uma derivação dos atuais impostos para permitir o reforço do orçamento da Segurança Social. (...) Por outro lado, consideramos que deve haver transferência de verbas do Orçamento do Estado. É para isso que os trabalhadores pagam impostos", disse.

O secretário-geral da UGT considera também que o estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos "olha mais para a questão económica do que para a social".