Uma delegação da UGT, a convite do SINDEL, esteve no dia 24 de janeiro, em Aveiro, mais concretamente na fábrica da Renault em Cacia, para um encontro com os trabalhadores e representantes da empresa com vista a uma troca de impressões para levar a multinacional do sector automóvel à contratação colectiva.

À saída das reuniões com os trabalhadores e a administração, o Secretário-geral da UGT, Carlos Silva, disse que a contratação colectiva tem força de lei e os acordos directos com a comissão de trabalhadores não, acrescentando que a UGT queria com esta deslocação “que o papel dos sindicatos fosse mais importante dentro destas multinacionais".

Não queremos aqui colocar qualquer patamar entre a comissão de trabalhadores e a administração, só que a negociação colectiva é ela própria uma fonte de direito e os acordos das empresas não”, afirmou.

Em declarações aos jornalistas à saída da Renault, o líder da UGT revelou que recebeu um telefonema a convocar a central para uma reunião com as ministras do Trabalho e da Administração Pública, “o que acontece pela primeira vez”, demonstrando que ficou satisfeito por o Governo ter chamado a UGT para reunir, antes da votação final global do Orçamento do Estado.

"Estamos sempre a tempo de evitar um divórcio, mas tem que haver vontade das partes e a nossa foi hoje revisitada por decisão do Governo, o que foi bom”, acrescentando que "independentemente dos resultados dessa reunião, importa perceber que o movimento sindical, e a UGT em particular, é um parceiro fundamental da Concertação Social".

"Mantenho a expectativa de ser recebido institucionalmente pelo primeiro-ministro, mas há aqui também uma necessidade de distender um pouco a tensão que aconteceu nos últimos tempos", afirmou.

Além do Secretário-geral estiveram presentes na Renault o Secretário-geral Adjunto, Sérgio Monte, o Secretário Executivo, Luís Costa, o Secretário-geral do SINDEL, Rui Miranda, a Presidente da UGT-Aveiro, Margarida Alves, assim como vários dirigentes do sindicato e da união distrital.