Os problemas que afectam os mais idosos têm sido sempre uma preocupação para a UGT que este fim-de-semana realizou um seminário sobre esta problemática que juntou esta Central, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e a Frente Cívica.

Carlos Silva, Secretário-Geral da UGT, salientou as qualidades e valências do movimento sindical, tentando contrariar os factores internos ou mesmo a mensagem de algumas forças que pretendem um movimento sindical fraco. Ressalvou o papel transversal da intervenção da UGT no País, que ultrapassa a visão sindical de luta e reivindicação por melhores condições de trabalho e se alarga à intervenção social e à proximidade às pessoas, com destaque para o apoio logístico às populações atingidas pelos dramáticos incêndios de junho e outubro, ou mesmo do contacto permanente com as instituições nacionais e internacionais para um acção no âmbito da igualdade de género, do envelhecimento, dos problemas dos mais jovens e do combate à pobreza e às desigualdades.

Carlos Silva foi mais longe e lembrou que o movimento sindical é o maior movimento social solidário planetário. Destacou ainda que o movimento sindical é o grande promotor, defensor e parte fundamental da democracia e garantiu: “A UGT continuará no movimento sindical a lutar pelo fortalecimento do Modelo Social Europeu e na conquista do novo Pilar Europeu dos Direitos Sociais.”

Para o Secretário-Geral da Central “a UGT estará ao lado de todas as organizações que perfilhem dos nossos valores, no sentido de construir um mundo mais solidário, justo e equilibrado”.

Relativamente aos idosos e à concepção de velhice, destacou que a UGT partilha uma visão humanista do ser humano. Para a central sindical, o ser humano trabalhador e as suas famílias “não estão nem estarão nunca ao serviço do capital, nem da tecnologia” e reforçou a ideia de que terá de ser “o capital e a tecnologia a estarem ao serviço do trabalhador.”

Por fim, relembrou a participação da central no encontro internacional de sindicalistas, realizado no Vaticano, a convite do Papa Francisco, para discutir a valorização do trabalho, o combate a novas formas de escravatura e ao trabalho forçado. Para Carlos Silva, “a análise às encíclicas papais sobre as questões do trabalho nunca estiveram tão actuais, bastando para isso observar que a economia se sobrepõe ao social, devendo ser a inversão destes factores que deve mobilizar a sociedade civil para acudir aos mais fracos, sobretudo àqueles que, ao longo de uma vida de trabalho, mereceram passar os seus últimos anos com dignidade, justiça, tolerância e reconhecimento pelo seu contributo para o desenvolvimento humano e para as novas gerações”.

Resta dizer que durante este seminário abordaram-se inúmeras matérias que ocupam o universo dos mais idosos, desde a questão da saúde ocupacional, ao envelhecimento activo, do isolamento  à questão do arrendamento urbano, uma sessão muito participada que contou com a presença de vários elementos da estrutura da UGT, MODERP – Movimento de Reformados e Pensionistas.