A UGT assinalou o 40º Aniversário no dia 27 de Outubro, num clima de festa, num auditório cheio de passado, presente e futuro, com dirigentes sindicais, parceiros sociais, deputados de vários grupos parlamentares e representantes de instituições públicas da nossa sociedade.

Uma celebração de 40 anos em defesa dos trabalhadores, que culminou com a atribuição da condecoração à central sindical do título de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República.

Na tarde de comemorações, a UGT presenteou os seus convidados com um início marcado pela música, seguindo-se as intervenções de Sua Excelência, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do Vice-Presidente da Assembleia da República, Jorge Lacão, do Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva, do Presidente do Conselho Económico e Social, António Correia de Campos, e do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.

Carlos Silva: “UGT está sempre ao lado da solução”

A primeira intervenção foi feita pelo anfitrião, o Secretário-geral da UGT, Carlos Silva, que no seu discurso reafirmou novamente que a central sindical que lidera “está sempre ao lado da solução”.

Durante a sua intervenção dirigiu-se a vários membros do Executivo de António Costa deixando alguns recados. Primeiro à Secretária de Estado da Administração Pública, Maria de Fátima Fonseca, insistindo que é necessário o Governo compatibilizar o rigor orçamental com as expectativas da Função Pública. "Senhora Secretária de Estado, estamos todos convocados a encontrar soluções que compaginem o rigor das contas públicas e as justas e legítimas expectativas dos trabalhadores da Administração Pública. Estamos todos disponíveis para encontrar uma solução", depois de se referir à greve da função pública desta sexta-feira.

Depois ao Ministro do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social, e ao Secretário de Estado do Emprego: “Bem sabe o senhor ministro Vieira da Silva e o senhor secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, que a UGT se posiciona sempre, sempre do lado da solução. Assim foi durante os últimos 40 anos. Assim continuará a ser. É uma jura solene do secretário-geral".

Também se dirigiu ao Secretário de Estado da Valorização do Interior, João Paulo Catarino, também ele presente na sessão comemorativa, a quem prometeu que "pode contar com a UGT neste desígnio novo no discurso e na práxis política" de combate às assimetrias territoriais, mas "antigo na vontade das gentes que por lá vivem".

O líder da UGT descreveu a UGT como uma central sindical com "40 anos de investimento numa cultura do compromisso, de defesa do diálogo social e da concertação, do investimento na paz e na estabilidade política, contrariando todos quantos desejavam o exclusivo da representação sindical dos trabalhadores portugueses". Dirigindo-se a Marcelo Rebelo de Sousa, Carlos Silva refirmou de manter o rumo do sindicalismo de liberdade e de pluralismo democrático. “Esta é a voz da UGT, com a sua postura moderada e perseguidora de consensos, como expressões mais sentidas desta realidade a que Portugal se habituou nos últimos 40 anos, a nossa cultura do compromisso, em defesa dos trabalhadores portugueses e de Portugal, sem tergiversar ou ceder no essencial", afirmou.

Correia de Campos: “O País deve muito à UGT”

Seguiu-se o discurso do Presidente do Conselho Económico e Social (CES), António Correia de Campos, que destacou o papel preponderante da central sindical na construção da democracia no passado e deixando para o futuro o alerta de que é necessário manter o espírito de luta e de compromisso para fazer face aos desafios com que se confronta Portugal, integrado num contexto europeu muitas vezes adverso e em constante mudança.

Fernando Medina: “A concertação é o modelo que prova ser o melhor para o desenvolvimento e a justiça social”

Na sua intervenção, o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, salientou o papel da concertação e da negociação colectiva onde a UGT sempre desempenhou um papel importante alcançando acordos nas empresa e na sociedade que levaram os trabalhadores a alcançar melhores condições de vida e de trabalho. Para o autarca, a concertação social e a negociação colectiva é o que faz avançar as sociedades e os países, e que provam ser as melhores para o desenvolvimento e mais justiça social.

Vieira da Silva: “Na estratégia de crescimento do salário mínimo, (…) a UGT teve decisiva participação activa e construtiva”

Também na sessão comemorativa dos 40 anos da UGT, usou da palavra o Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que no início do seu discurso, considerou que a celebração dos 40 anos da UGT acontece “num momento de renovação da esperança e da confiança” no futuro coletivo de Portugal, depois da “mais grave crise financeira” da história democrática do país.

Vieira da Silva defendeu também que é tempo de lançar um novo ciclo contra as desigualdades salariais, geracionais e de género. Destacou também o aumento do salário mínimo como um dos maiores ganhos da política económica. "Precisamos agora, talvez com outro tempo, com mais profundidade, de lançar as bases de um novo ciclo de políticas que potencie estes ganhos e o capital de confiança que construímos, procurando dar resposta a novos e velhos desafios, de grande dimensão”, afirmou.

Segundo Vieira da Silva, há também que responder aos “desafios na regulação do mercado de trabalho, com a globalização das cadeias de produção, com a digitalização, com a robotização”, aos “baixos níveis de associativismo e perda da sua densidade e aos desafios de ajustamento com a mudança do ciclo e o perfil da economia", elencou.

“Esta é uma agenda de desafios, mas uma agenda de ação, diversificada, ambiciosa, cujo sucesso dependerá da nossa capacidade de trabalho conjunto e do empenho de todos no diálogo social e nos mecanismos de contratação a todos os níveis”, acrescentou.

Vieira da Silva destacou a taxa de crescimento do salário mínimo como “um dos maiores sinais da mudança de política económica” da atual governação, referindo que a ideia de que o aumento prejudicaria a criação de emprego não se comprovou e que a Comissão Europeia mudou de posição nesta matéria.

“Por diversas vezes essa estratégia de crescimento do salário mínimo foi apoiada em acordos de concertação, em que sempre a UGT teve decisiva participação ativa e construtiva”, salientou.

Jorge Lacão: “O que nós andamos para aqui chegar”

O Vice-presidente da Assembleia da República, Jorge Lacão, testemunhou o percurso da UGT na construção da democracia, os combates que se travaram contra a unicidade sindical e o contributo para a construção de valores de solidariedade pelos quais a UGT terá de manter a luta para os fazer perdurar.

Marcelo Rebelo de Sousa: “40 anos que merecem ser assinalados nesta instituição com a atribuição e a entrega das insígnias do título de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique, em nome de Portugal"

Por último usou da palavra o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, que no início da sua intervenção, falou da história da UGT, enaltecendo a sua "afirmação como parceiro social" e o seu "papel duplamente legitimador nos acordos de Concertação Social, com governos variados na composição e nas políticas - legitimador para os governos e o patronato e legitimador para a própria".

"Grandes coligações sindicais, também elas legitimadoras, preocupadas em não deixarem a outrem o exclusivo das causas ou dos momentos de luta. Feitos ainda e sobretudo da dedicação de milhares de trabalhadores", prosseguiu, referindo que nesta central sindical se conjugam "sensibilidades diferentes como a socialista, a social-democrata, a democrata-cristã e os muitos não partidários".

Para o Chefe de Estado, "a UGT é daquelas instituições cujo protagonismo imprescindível terá de se ajustar aos novos desafios: modernização, antecipação, rejuvenescimento, ainda mais vigorosa presença da mulher, proximidade, discurso percetível e ágil, apelo a maior participação laboral e social".

Acrescentou ainda "o que há a fazer, e muito depressa, é tema para amanhã", porque "hoje é dia de festa" e agradeceu a todos os que fazem e fizeram parte da UGT "quatro décadas de serviço aos trabalhadores, à economia, à sociedade, à democracia, aos portugueses, a Portugal".

Marcelo Rebelo de Sousa após elencar os desafios da União Europeia, passou para o contexto nacional e afirmou que “Portugal precisa de continuar a crescer e crescer mais e criar emprego, de manter rigor orçamental, de ir diminuindo o endividamento nomeadamente público, de se não esquecer das desigualdades que importa corrigir, da pobreza que cumpre combater”.

O Chefe de Estado desaconselhou “evitar em matérias sensíveis como a educação, a saúde, a segurança social perplexidades e incertezas, em particular nos mais frágeis de todos. E, claro, precisa de prosseguir e acelerar em qualificação, inovação, ciência, tecnologia, aposta de futuro”, completou.

Perante um vasto auditório, Marcelo Rebelo de Sousa finalizou anunciando a atribuição à UGT do título de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique."40 anos que merecem ser assinalados nesta instituição com a atribuição e a entrega das insígnias do título de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique, em nome de Portugal", declarou.

 

 

ANIVERSÁRIO DA UGT NOS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

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