Comemoram-se hoje os 70 anos do fim da II Guerra Mundial, e os 65 anos da União Europeia. Pode ser este o momento adequado para citar Robert Schumann, que no seu discurso de 9 de Maio 1950 afirmou que «A Europa não se fará de uma só vez, nem de acordo com um plano único. Far-se-á através de realizações concretas que criarão, antes de mais, uma solidariedade de facto.» Ora, as realizações concretas e a solidariedade de facto só podem ser materializadas no quadro de uma Europa coesa: coesa em termos de redução de assimetrias regionais; coesa no sentido de não se promover uma Europa dos países ricos e outra dos países pobres; coesa, ainda no sentido de não se ignorar os pontos de partida dos diferentes Estados Membros, a sua história, as suas potencialidades e vulnerabilidades.

O cimento agregador da Europa e o seu fantástico poder de atração reside no seu soft power, numa Europa capaz de respeitar os direitos sociais fundamentais, de promover a melhoria das condições de vida e de trabalho dos seus cidadãos ao mesmo tempo que busca o desenvolvimento sustentado e uma economia resiliente.

A crise económica que se abateu sobre a Europa trouxe-se-lhe novos desafios que a fizeram estremecer até aos alicerces criando terreno propício para a desilusão e o cepticismo, por isso, hoje, o projecto Europeu que é desde o seu início um projecto de Esperança precisa de um novo fôlego para poder continuar a representar, para os cidadãos europeus, um horizonte de bemestar, Paz e prosperidade.

A UGT continuará a defender a nível nacional e europeu que é necessário que os cidadãos se sintam parte integrante da Europa, da sua Europa e, para isso, haverá que assegurar a participação e o envolvimento dos cidadãos nos processos de decisão. A negociação colectiva e o Diálogo Social são fundamentais para reforçar os laços de solidariedade num quadro de construção de uma sociedade pacífica, próspera e caracterizada pela Justiça Social.