Na data em que se assinalou o Dia Internacional dos Direitos Humanos (10 de Dezembro), a UGT apresentou o relatório preliminar de um estudo, que desenvolveu em parceria com o docente da Universidade de Lisboa, Jorge Malheiros, sobre as caraterísticas e vulnerabilidades dos trabalhadores estrangeiros no mercado de trabalho nacional.

Durante a apresentação, que teve lugar na sede da UGT, o docente explicou o perfil dos trabalhadores imigrantes que têm chegado ao mercado de trabalho português.

Existem alguns setores onde peso da população imigrante é muito forte, não só em setores pouco qualificados, mas também existe um crescimento nos sectores da investigação, da saúde e das tecnologias e comunicação, por exemplo”, explicou Jorge Malheiros.

O docente sublinha que ao contrário do que aconteceu nas últimas décadas, há cada vez mais trabalhadores qualificados a procurar Portugal para trabalhar e que esta é uma tendência que irá manter-se nos próximos anos.

A imigração está para continuar no contexto do mercado português, que tem um défice de mão de obra em muitos setores que é mais do que conjuntural e que se vai manter nesta década e na próxima, a não ser que haja uma alteração muito significativa ao nível das mudanças de produtividade por avanços na automação e na robótica”, referiu o académico.

Em termos de vulnerabilidades, o estudo deixa algumas notas, designadamente que a taxa de desemprego dos estrangeiros tende a duplicar a dos portugueses, agravando-se mais nos períodos de crise e que os trabalhadores imigrantes tendem a ter salários mais baixos do que os portugueses, nas qualificações média e baixa, verificando-se igualmente uma discriminação por sexo.

A UGT, nas palavras do Secretário Executivo, João Moreira, assumiu estar atenta à realidade destes trabalhadores e a defender os direitos que quem procura Portugal para trabalhar.