Sob o lema “Together Stronger”, decorreu em Chipre, de 29 a 21 de Maio, o Congresso do Standing Committee of European Central Bank Unions (SCECBU), que contou com a participação de cerca de 71 representantes de 37 organizações sindicais de 20 países e do Banco Central Europeu. Portugal esteve representado por Rui Lavoura e Elizabeth Barreiros, do Mais Sindicato, e por Francisco Rego, do SBN.

Em vésperas do Congresso, teve lugar um Seminário dedicado a jovens sindicalistas (YUS Seminar – Why Us?), durante o qual se discutiram as principais problemáticas relacionadas com a falta de participação de jovens no mundo sindical e principais estratégias a ter em conta no futuro.

Primeira iniciativa do Standing Committee of European Central Bank Unions  totalmente dedicada a jovens sindicalistas de bancos centrais, o Seminário YUS (Young Trade Unionists Seminar) foi concebido e organizado pelo grupo de comunicação do SCECBU, constituído por Elizabeth Barreiros (coordenadora do GT e membro cessante do Bureau Executivo), Laurent Jadoul, Banco Nacional da Bélgica, e Pawel Kortoniuk, Banco Nacional da Polónia. Com este evento, pretendeu-se não só dar uma oportunidade à camada mais jovem de discutir a ausência dos jovens no mundo sindical, como também criar uma primeira rede de contactos que terá como objetivo contribuir para o rejuvenescimento do sindicalismo no seio do SEBC. 

Da agenda, constou a apresentação de dois vídeos realizados pelo Presidente cessante da Comissão de Juventude da UGT, Carlos Moreira, e pela atual Presidente desta Comissão, recentemente eleita, Tânia Maltez. Ambas as intervenções focaram a temática relacionada com a indiferença dos jovens pelo mundo sindical: “Quais a principais razões deste afastamento e que estratégias poderão os sindicatos adotar para promover os seus valores e ações

Consulte aqui os testemunhos destes dois jovens sindicalistas:

 Carlos Moreira  - https://scecbu.com/wp-content/uploads/2022/06/CM-1.mp4

 Tânia Maltez - https://scecbu.com/wp-content/uploads/2022/06/tania.mp4

Seguiu-se um debate em que os participantes apresentaram os seus pontos de vista e partilharam experiências. Das principais causas do fraco envolvimento da juventude no mundo sindical apontados pelos participantes, destacou-se a necessidade em os sindicatos partilharem com os mais jovens as experiências e as ações importantes levadas a cabo no passado e que conduziram substancialmente à melhoria das condições de trabalho e de vida de muitos trabalhadores.

Trata-se, no entender dos participantes, de uma enorme falha de comunicação da parte dos sindicatos relativamente às ações que são encetadas por estas organizações. “Os associados têm dificuldade em entender a nossa mensagem”. Houve, portanto, unanimidade em considerar que deverá haver uma maior proximidade dos sindicatos aos seus associados.

A pandemia veio agravar este aspeto, mas algumas organizações sindicais têm aproveitado as novas tecnologias para ultrapassarem esta dificuldade (o Banco de França, por exemplo, organiza uma videoconferência uma vez/mês durante uma hora na Sede e na rede regional, em que dão oportunidade aos associados de intervirem).

O Seminário prosseguiu com a realização de dois workshops, em que se debateram as seguintes temáticas:  

1) O "estado da arte" do sindicalismo entre o pessoal jovem dos diferentes Bancos centrais nacionais;   

2) Estratégias para encorajar a filiação sindical dos jovens nos Bancos centrais nacionais.

 

Os participantes nos workshops elaboraram as seguintes conclusões, apresentadas ao Congresso e integradas nas orientações futuras aprovadas pelos congressistas (documento original em redigido em inglês):

1) Existe uma grande disparidade em termos de condições de trabalho/sociais e de pensões, bem como de percurso profissional entre a mão-de-obra jovem e a mais velha;
2) A competição e o confronto entre os sindicatos afectam a confiança e a imagem destas organizações. Há uma necessidade de comunicar de uma forma mais eficiente;
3) A forma como os sindicatos comunicam é importante - a transparência e a confiança são consideradas como sendo do maior imperativo;
4) Os jovens funcionários tendem a utilizar os Bancos Centrais nacionais como um trampolim para prosseguirem as suas carreiras noutros locais;
5) Os jovens funcionários têm medo de aderir aos sindicatos, pois acreditam que tal afectará a sua carreira no seio do banco;
6) Em alguns Bancos Centrais nacionais, é oferecido aos novos trabalhadores um pacote salarial especial que, por sua vez, terá um impacto a longo prazo na capacidade do Sindicato de representar e negociar de uma forma geral;
7) Existe uma grande disparidade nas taxas cobradas pelos Sindicatos nos diferentes Bancos Centrais nacionais;
8) As negociações sobre salários, condições de trabalho, etc., realizadas pelos Sindicatos com os respectivos Bancos Centrais nacionais, variam muito.