O Secretário-Geral da FNE, João Dias da Silva, e Carlos Silva, Secretário-Geral da UGT, visitaram, na manhã de 8 de setembro de 2017, a Escola de Comércio do Porto e o Agrupamento de Escolas (AE) Dr. Costa Matos, nas Devesas, V.N.Gaia, para assinalar o primeiro dia de abertura do ano letivo de 2017-2018.

A visita à Escola de Comércio do Porto teve como objetivo alertar para as dificuldades e para os grandes desafios do Ensino Profissional (EP) em Portugal e contou com a participação de José Luís Presa, Presidente da ANESPO - Associação Nacional de Escolas Profissionais. Nesta visita, todas as organizações se congratularam pelo Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) recentemente assinado pela FNE e pela CNEF, que regula as condições de trabalho de todo o setor privado da educação.

João Dias da Silva felicitou a equipa de negociação do CTT e frisou que a FNE quer contribuir para a valorização do EP em Portugal, para que ele se torne uma primeira escolha das famílias e dos alunos. Por seu lado, Carlos Silva realçou que o CTT é o resultado do compromisso e da vontade entre as partes e que a UGT tem uma grande intervenção ao nível do Diálogo Social em Portugal, que "muito contribui para a estabilidade do país".

Já na visita ao AE Dr. Costa Matos, em V.N.Gaia, Filinto Lima, seu diretor, acentuou o desgaste profissional dos docentes e referiu que "temos que reconquistar o que perdemos na profissão docente", em matéria de condições de trabalho, de valorização e de retribuição financeira. "A UGT e a FNE lutam por uma escola de qualidade e o importante é que os nossos alunos tenham ofertas educativas que promovam o seu sucesso e o sucesso da sociedade", notou de seguida João Dias da Silva. O Secretário-Geral da UGT adiantou que o Estado tem uma grande responsabilidade em defender as pessoas com deficiências e que os professores têm que ser valorizados e respeitados. "O Governo não pode ser autista. Não pode haver autismo nos Governos", esclareceu.

O problema das grandes injustiças nas colocações foi lembrado pela FNE e pela UGT, uma vez que o prémio de uma vinculação ao fim de 10 ou 20 anos de contratação não pode ser uma colocação a 200 ou 300 km da sua habitação. "Isto não é trabalho digno", resumiu o Secretário-Geral da FNE.

Durante a tarde, a FNE e a UGT promoveram um conferência de imprensa conjunta sobre o acompanhamento das condições de abertura do ano letivo de 2017-2018, que decorreu nas novas instalações da FNE, na Rua Pereira Reis, 399, no Porto.

João Dias da Silva sublinhou que continuamos a ter um sistema educativo assente na precariedade de professores contratados e de professores do quadro e que "é um imperativo nacional a revisão do diploma de concursos, para se por fim a múltiplas injustiças que colocam professores contra professores". O Secretário-Geral da FNE referiu ainda que as escolas continuam com um número insuficiente de não-docentes e que o recurso à greve poderá estar em cima da mesa ainda neste primeiro período. "Não vale a pena continuarmos a fazer reuniões com o Ministério da Educação para ficar tudo na mesma", referiu.

Por seu lado, Carlos Silva realçou que a UGT assinou um acordo tripartido, que o Governo assinou e a que não pode fugir. "Queremos dar dignidade à Educação em Portugal e, como há bem pouco tempo referiu o nosso Presidente da República, é preciso negociar, investir no Diálogo Social, na concertação. Mas um processo negocial tem que ter consequências, pois é um acordo entre as partes", acentuou. Para o Secretário-Geral da UGT, "o Governo tem que ter sensibilidade social, não pode fechar a porta aos processos negociais".