A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) publica hoje um documento onde demonstra que os salários mínimos estão muito abaixo do limiar considerado para os baixos salários em muitos países da União Europeia.

Em 10 países da União europeia, o salário mínimo é igual ou inferior a 50% do salário médio nacional. É, por isso, perceptível, que se torna difícil, senão impossível, que os trabalhadores remunerados com o salário mínimo possam ter as condições inerentes a uma vida digna.

No caso de Portugal existe um nível bastante elevado de salários mínimos em relação ao salário médio nacional. Isto resultado de uma distribuição salarial desigual, com uma alta concentração de assalariados na parte inferior da escala de rendimentos. Por outras palavras, o que é constatado neste documento é que a escala de salários em Portugal, tal como na Roménia, é tão baixa que o nível de salário mínimo aparentemente alto em relação ao salário médio ainda não é suficiente para que os trabalhadores tenham uma vida digna com o que ganham.

Os exemplos de países como o nosso demonstram que é importante ultrapassar 60% do salário médio nacional nos salários mínimos no sentido de dar um contributo significativo na prevenção da pobreza no trabalho. Além disso, os aumentos do salário mínimo por si só não são suficientes.

A CES continua a exercer pressão para que o aumento do salário mínimo seja parte integrante de um plano de acção a implementar no âmbito do Pilar Europeu dos Direitos Sociais e continuará, naturalmente, a ser uma das maiores reivindicações da UGT.

Continuamos, por isso, a defender, como o fizemos na nossa política reivindicativa para 2018, uma atualização salarial que se traduza numa aposta efetiva de melhoria dos salários mais baixos, nos quais se inclui o salário mínimo, e na diminuição dos leques salariais injustificadamente elevados e que contribuem para acentuar as desigualdades e a pobreza.

Mais uma vez reivindicamos o aumento do salário mínimo para os 585 euros, já partir de janeiro de 2018, num quadro de revisão e atualização que alcance pelo menos os 600 euros até ao final da actual legislatura.

Por uma verdadeira aposta no reforço dos salários!