Mais de 1.500 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica (TSDT) concentraram-se ontem frente à Assembleia da República e demonstraram o seu descontentamento pela decisão do governo de encerrar as negociações sem acordo em matérias fundamentais.

A marcha que teve início na Praça do Marquês de Pombal foi enchendo as principais ruas de Lisboa, com os técnicos das 18 profissões que integram a carreira de técnicos de diagnóstico e terapêutica, oriundos de todo o país, a reclamar equidade e paridades às restantes carreiras da Administração Pública, que têm o mesmo grau de exigência habilitacional e profissional.

No final da manifestação junto às escadarias da Assembleia da República, o Secretário-geral do SINTAP, José Abraão, congratulou-se com a grande participação dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica nesta jornada de luta. Aproveitou também a ocasião para prestar uma homenagem ao fundador do Serviço Nacional de Saúde, António Arnaut. O dirigente sindical garantiu que a luta não irá parar enquanto não for reposta a justiça nas carreiras dos TSDT’s “que são o sustentáculo do SNS e do trabalho que é prestado aos cidadãos”.

“Nem menos, nem mais. Salários Iguais”, “Tratamento Igual”, “Igualdade de Oportunidades para todos e uma carreira igual aos Técnicos superiores do regime geral”. Foram estas as palavras que iniciaram o discurso da Secretária-geral do SINDITE, Dina Carvalho, que reivindicou que a luta destes profissionais fossem mais longe e que os TSDT’ fossem equiparados aos técnicos superiores de Saúde.

No final da manifestação, os representantes sindicais foram recebidos pela Mesa da Assembleia da República, a quem entregaram o manifesto subscrito pelas quatro organizações em protesto. 

Os dirigentes sindicais no final da grande manifestação de indignação dos TSDT, informaram que o Governo recuou e reabriu as negociações, chamando as organizações sindicais para uma reunião com a Secretária de Estado da Saúde.

Relativamente aos números da greve, os sindicatos apontam para uma adesão acima dos 90%, registando que alguns serviços apresentam uma adesão de 100%, mantendo-se os serviços mínimos obrigatórios.

Os TSDT’s estão em greve desde as 00:00 de dia 24 de Maios, numa jornada de luta de dois dias pela falta de acordo com a tutela sobre matérias relativas às tabelas salariais, transições para nova carreira e sistema de avaliação. A greve prolonga-se até às 24:00 de sexta-feira e prevê o cumprimento de serviços mínimos, abrangendo tratamentos de quimioterapia e radioterapia ou os serviços de urgência.

Leia AQUI a carta entregue ao Presidente da Assembleia da República