Cerca de um milhar de bancários estiveram, na tarde de dia 13 de Julho, concentrados frente à Assembleia da República em defesa dos postos de trabalho, numa ação de luta histórica que juntou os sete sindicatos do setor.

Esta iniciativa foi assumida por todas as organizações como o início de uma luta mais extensa, não excluindo a hipótese de convocação de uma greve geral no sector, caso a banca mantenha a pretensão de eliminar milhares de postos de trabalho.

Os sindicatos exigiram que os bancos, que actualmente têm processos “agressivos” de saída dos trabalhadores e o recurso a despedimentos colectivos, façam verdadeiros processos negociais, ofereçam condições dignas e parem com as ameaças e assédio.

Os sindicatos defendem que os processos de reestruturação em curso tenham em conta os interesses dos trabalhadores, sejam faseados no tempo e se façam sobretudo através reformas antecipadas. E repudiam absolutamente a ameaça do despedimento coletivo.

Solidariedade na luta

O Secretário-geral da UGT, Carlos Silva, a Presidente, Lucinda Dâmaso e vários membros do Secretariado Executivo estiveram presentes na manifestação para mostrar o apoio da central sindical à luta dos bancários.

“O Governo, perante esta situação – e a pandemia não esconde tudo – deve criar limites àquilo que é o despedimento. Há necessidade de estabilizar o setor, que só pode ser estabilizado defendendo os trabalhadores, os postos de trabalho”, sublinhou Carlos Silva.

Face à dimensão social que o “Governo tanto apregoa”, é altura “que o Governo e o Parlamento venham defender os bancários”, acrescentou o líder da UGT.

Elogiando os Sindicatos por “de uma forma inédita e histórica conseguiram unir-se no sentido de defender a classe, os postos de trabalho, a estabilidade do setor”, Carlos Silva salientou: “Uma coisa é um banco apresentar aos sindicatos uma proposta, outra coisa são dois bancos. Mas o que acontece são todos os bancos. Esta situação é uma calamidade nacional.”

Antes do início da concentração, os presidentes dos sete sindicatos dos bancários (Mais Sindicato, SBC, SBN, STEC, SIB, SNQTB e Sintaf) foram recebidos por Edite Estrela, vice-presidente da Assembleia da República.