27 novembro 2019
ETUC/CES | Começa a contagem decrescente para as remunerações e promessas climáticas da Comissão
Respondendo à aprovação do Parlamento Europeu para a nova Comissão Europeia, o Secretário Geral da CES Luca Visentini declarou:
“O processo de formação da nova Comissão foi afetado por problemas desde o momento em que os principais candidatos nas eleições europeias foram desconsiderados como possíveis presidentes.
"Agora que a Comissão finalmente ultrapassou os constrangimentos, é hora de cumprir as grandes promessas que fez para os primeiros 100 dias.
"Estamos ansiosos por ver todos os trabalhadores europeus a beneficiar de salários mínimos justos, transparência salarial vinculativa e um acordo verde que não deixe ninguém para trás.
"Os sindicatos estão preparados para trabalhar com a Comissão no cumprimento dessas e de outras políticas que criarão uma Europa mais justa e iremos reunir com a presidente von der Leyen em dezembro para lhe apresentar as nossas 15 prioridades para o futuro da Europa".
As 15 prioridades da CES podem ser encontradas AQUI (Tradução da responsabilidade da UGT)
Os resultados do inquérito publicadas hoje mostram que a CES está a defender as prioridades dos cidadãos europeus. As 12.000 pessoas entrevistadas afirmaram que o meio ambiente, o emprego e a segurança social constituem as suas principais prioridades para a nova Comissão, enquanto o custo de vida é a principal preocupação para o futuro.
Resumo dos Resultados do Inquérito:
Enquanto a nova Comissão Europeia se prepara para assumir o cargo, enfrenta um desafio considerável. A Comissão deve provar ser capaz de enfrentar questões políticas prementes, como as mudanças climáticas, o abrandamento do crescimento económico, a migração e os desafios ao Estado de Direito, ao mesmo tempo que tenta equilibrar os interesses das várias forças políticas que agora compõem o Parlamento Europeu e que exerce influência junto dos estados membros do Conselho Europeu. A Comissão necessita também de responder às preocupações dos cidadãos num momento em que as expetativas sobre aquilo que a política europeia precisa de oferecer são elevadas, mas em que a confiança do público nas capacidades dos políticos está a diminuir.
Neste contexto, é fundamental compreender o que os europeus querem da nova Comissão. Quais as questões que os cidadãos europeus consideram mais importantes que sejam defendidas por parte da Comissão? E quais as questões mais prementes relativamente às suas vidas pessoais? Estas são algumas das questões abordadas neste relatório. São apresentadas evidências com base numa pesquisa realizada no início de junho de 2019, em que foram entrevistados mais de 12.000 cidadãos em toda a UE. São sinalizados dois conjuntos de evidências; um baseia-se numa amostra que representa a opinião pública na UE-27 (excluindo o Reino Unido) e a outra concentra-se nos entrevistados de seis estados membros: França, Alemanha, Itália, Holanda, Polónia e Espanha. São também analisadas as respostas em termos de diferentes grupos etários e de apoio partidário. Em suma, existem cinco conclusões principais.
• Na UE27, os entrevistados afirmaram que o meio ambiente constitui a principal prioridade da UE para o futuro (40%). Para estes indivíduos, a segunda questão mais importante é o emprego (34%), seguida pela segurança social (23%), direitos dos cidadãos (21%) e segurança pública (19%). Embora o meio ambiente seja visto como uma prioridade essencial em França, Alemanha, Holanda e Polónia, não é considerado a principal prioridade em Itália e na Espanha. Na UE27, os jovens entrevistados entre os 16 e os 25 anos também se preocupam principalmente com o meio ambiente (47%), mas também com a igualdade de oportunidades (20%).
• Na UE27, 51% dos entrevistados identificaram o aumento do custo de vida como o problema que mais os preocupa. A precariedade da saúde (28%), a insegurança no emprego (25%) e a criminalidade (21%) encontram-se estão no topo da lista de preocupações pessoais das pessoas. Embora o aumento do custo de vida seja a principal preocupação nos seis países sujeitos a um exame aprofundado, os entrevistados franceses e polacos (61% e 62%) destacam-se neste aspeto. Curiosamente, os entrevistados alemães expressam uma preocupação particular com o radicalismo político. Uma comparação das preocupações recolhidas com base na idade demonstra que os jovens adultos na UE27 estão muito mais preocupados com a solidão do que os mais velhos.
• Os resultados sugerem que, no seio da UE27, as pessoas apoiam bastante a UE. De facto, 54% dos entrevistados expressou apoio ao aprofundamento da integração política e económica europeia, 62% afirmou que se mostrariam positivos em relação à UE em conversas com amigos e 50% expressa otimismo relativamente ao futuro da UE. Existem diferenças interessantes entre países: os entrevistados italianos, por exemplo, expressam um desejo maior por um aprofundamento considerável da integração europeia, mas são menos propensos a falar positivamente sobre a UE ao conversar com um amigo. Há também diferenças geracionais a serem observadas. Enquanto a camada mais jovem (entre os 16 e os 25 anos) dos entrevistados expressa maior apoio à integração na UE, os que se encontram na faixa etária entre os 46 e os 55 anos mostram-se mais céticos nesse aspeto.
• Quando questionados sobre a provável evolução futura da UE, 35% dos entrevistados na UE27 afirmaram que são prováveis mais saídas da EU como a do Reino Unido, enquanto 31% dos entrevistados espera ver diferentes velocidades de integração. Cerca de 20% dos entrevistados afirma que acreditam que tudo permanecerá igual, enquanto 9% diz que a UE não existirá no futuro e 5% pensa que haverá Estados Unidos da Europa em algum momento no futuro. A França mostra a maior percentagem (42%) daqueles que esperam ver mais tentativas de saída da UE, enquanto a Espanha mostra a percentagem mais baixa relativamente a este aspeto (28%). Os entrevistados na Alemanha são muito mais propensos a considerar que veremos uma UE com diferentes velocidades de integração no futuro.
• Um olhar mais atento às opiniões dos entrevistados que apoiam os partidos marginais mostra que, ao contrário do público em geral, este grupo tem menos probabilidade de considerar o meio ambiente como uma prioridade, preferindo um maior foco nos empregos. Este grupo é também muito mais cético em relação à UE do que o público em geral, o que é particularmente verdade para os que apoiam partidos de direita.
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