Carlos Silva, Secretário-Geral da UGT, Catarina Tavares, Secretária Internacional e Vanda Cruz, Secretária Executiva, participaram na Conferência de Meio Mandato da Confederação Europeia de Sindicatos (ETUC/CES).

A cidade de Lisboa foi o pano de fundo para a realização da Conferência de Meio Mandato da Confederação Europeia de Sindicatos (CES), que teve lugar no Teatro da Trindade, entre os dias 8 e 10 de Novembro, e na qual a UGT esteve representada pelo seu Secretário-geral, Carlos Silva, pela Secretária Internacional, Catarina Tavares, e pela Secretária Executiva, Vanda Cruz.

A reunião discutiu aspectos cruciais do futuro do sindicalismo europeu no período que antecede o próximo Congresso em 2023.

 

Novos desafios para os sindicatos na Europa

Na reunião, o Secretário-Geral da CES Luca Visentini delineou os principais desafios enfrentados pela Confederação Europeia de Sindicatos. Estes incluem o contexto pandémico actual, que a OMS acredita que irá piorar no Inverno, com a Europa a tornar-se novamente o epicentro do aumento do número de infecções. Dadas estas perspectivas, a CES apelou ao acesso universal e gratuito às vacinas. Igualmente importante é a melhoria do investimento em serviços públicos como parte das medidas de recuperação da UE.

Do lado do emprego, a suspensão temporária das medidas de emprego (programa SURE) tem sido eficaz na redução do impacto da pandemia. No entanto, continua a ser imperativo que estas medidas sejam prorrogadas pelo tempo necessário. Do mesmo modo, a UE deve assegurar que os fundos de recuperação dos países estejam ligados à melhoria do emprego e à criação de empregos de qualidade. Para a CES, é importante que existam mecanismos de monitorização dos planos de recuperação, para que os países não saiam da crise aprofundando as desigualdades e a insegurança no emprego.

 

Reforma fiscal e inflação

A fim de alcançar outra recuperação, uma que pertença ao povo, a CES insta a UE a empreender uma reforma fiscal para assegurar a transformação para economias justas e sustentáveis. A pandemia tem sido um ponto de viragem em termos de refrear as políticas de austeridade e olhar para além do PIB. Para os sindicatos europeus, as políticas de austeridade dos últimos anos expuseram as suas terríveis consequências na vida dos europeus, condenando mais pessoas à pobreza. O Secretário-geral da CES advertiu, durante a sessão de abertura, na presença da Ministra do Trabalho portuguesa e do Presidente da Câmara de Lisboa, que os sindicatos tomarão uma posição radical - embora pacífica - para impedir um regresso a políticas que reduzam as condições de vida da população trabalhadora.

A pobreza é actualmente agravada não só pela precariedade do emprego, mas também pela inflação. O aumento dos preços da energia e das mercadorias está a fazer subir os preços dos combustíveis, electricidade e alimentos em toda a Europa, complicando a recuperação para os trabalhadores.

A tudo isto há que acrescentar a ameaça à democracia colocada pela existência de grupos de extrema-direita que perpetuam ataques como o perpetrado em Outubro passado contra a sede da CGIL; bem como a inacção das elites políticas face à gravidade da emergência climática. Os problemas são múltiplos, mas os sindicatos europeus estão determinados a resolvê-los, como a Conferência de Lisboa deixou claro.

A presença em Lisboa, permitiu ao Secretário-geral da CES, acompanhado pelos Secretários-gerais da UGT e CGTP-IN reunir com o Primeiro-Ministro português, António Costa, em São Bento. Neste encontro o líder sindical europeu debateu com o primeiro-ministro as preocupações europeias para o futuro da europa, designadamente uma economia mais sustentável e inclusiva; uma transição justa para uma economia verde e digital e as questões laborais e sociais europeias.