A Confederação Internacional e a Confederação Europeia de Sindicatos apelam ao Fundo Monetário Internacional para parar de insistir que a Grécia proceda com ainda mais cortes nas pensões a mais desregulação no mercado de trabalho antes do fundo aceitar um novo programa de empréstimo ou da assinatura do desembolso pelas instituições europeias.

Um porta-voz do FMI afirmou na passada quinta-feira que o FMI procura “particularmente reformas nas pensões e no mercado de trabalho” como condições para prolongar a assistência financeira à Grécia. Os trabalhadores gregos já sofreram uma severa redução das suas condições de vida. As medidas de austeridade e de desregulação exigidas pelas instituições credoras desde 2010 incluíram já reduções no salário mínimo, nas pensões e na abrangência da negociação coletiva. A Secretária Geral da CSI, Sharan Burrow, disse que “os trabalhadores gregos suportam na sua quase totalidade os custos da crise que começou em 2008; os salários caíram, as pensões foram cortadas e um quarto da força de trabalho encontra-se ainda desempregada. A OIT lançou no ano passado um estudo de grande relevância que demonstrou que a cobertura da negociação coletiva caiu dos 70% no pré-crise para os 10% em 2015. Continuar a reduzir os direitos coletivos dos trabalhadores não contribuirá em nada para recolocar a Grécia no caminho da recuperação económica, apenas reforçará a tendência alarmante do crescimento das desigualdades no país.”

Luca Visentini, Secretário-geral da CES, disse que a ultima tentativa do FMI em continuar a reduzir os direitos dos trabalhadores na Grécia constitui um ataque ao modelo social europeu: “Os trabalhadores e as empresas, das quais 95% são microempresas, precisam da negociação coletiva a nível setorial não precisam do despedimento coletivo. O Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker já enviou uma carta ao Primeiro-ministro Tsipras, afirmando claramente que a negociação coletiva e o direito à greve são questões de âmbito nacional, que devem ser acordadas entre parceiros sociais com o apoio do Governo e que a Comissão Europeia não intervirá nestas matérias na Grécia. Queremos que o FMI demonstre o mesmo respeito pelos trabalhadores gregos em vez de impor as assim intituladas “reformas” que poderão prejudicar a economia grega e a coesão social."

A OCDE publicou dados demonstrando que depois da aplicação da desregulação pelo governo anterior, a proteção no emprego já é mais fraca do que nos quatro países nórdicos, bem como na Alemanha, os Países-Baixo e vários outros países membro da União Europeia.

Os Secretários Gerais da CSI e da CES expressam a sua solidariedade para com a confederação sindical grega, GSEE e incitam o Governo grego e os seus parceiros europeus a defender os direitos dos trabalhadores contra as últimas exigências do FMI.

(tradução da responsabilidade da UGT)

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