A cidade de Braga recebeu mais uma das Conferências do Ciclo de Conferências sobre Educação, que a FNE organiza em conjunto com a UGT, CEFOSAP, ISCTE-IUL, CBS e a UFP.

Na sessão de abertura, o Secretário-geral da UGT, Carlos Silva, acusou o Governo de “delapidar” os serviços públicos “em áreas fundamentais” como a Educação e a Saúde. O líder da UGT manifestou a sua solidariedade para com os funcionários não-docentes e professores, que actualmente lutam pela contagem integral do tempo de serviço para efeitos de progressão na carreira.

“Qual o destino da educação em Portugal quando, a cada Governo, se alteram as formas pedagógicas de se fazer educação e a carreira dos professores? Porque que é que um Governo que é eleito para governar para as pessoas delapida os serviços públicos em áreas fundamentais?”, questionou Carlos Silva.

O Secretário-geral lamentou também que o Governo de António Costa esteja “cada vez mais interessado” em “agradar” a nível internacional do que em resolver os problemas interno.

Também João Dias da Silva, Secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE) considerou que “os tempos não têm sido fáceis” para os trabalhadores que representa. “Somos todos agentes para a qualidade da educação, mas para tal é preciso que os trabalhadores sejam reconhecidos”, considerou.

O dirigente sindical deu exemplos da falta de trabalhadores não-docentes nas escolas e a insatisfação dos professores por não verem reconhecido todo o seu tempo de serviço, o que tem motivado algumas greves e manifestações um pouco por todo o País. Revelou ainda que no final do ciclo de conferências, que esteve em várias localidades do país, será elaborado um documento a ser entregue ao Ministério da Educação, que será uma resenha dos debates e mais um contributo para que a tutela tenha a percepção da sociedade sobre o que é preciso mudar para termos a garantia de que o nosso sistema de educação é de qualidade e tem sustentabilidade.

Este encontro contou ainda com a presença de Maria da Graça Carvalho, membro da Unidade de “Aconselhamento Científico” da Comissão Europeia que abordou os principais desafios dos sistemas de ensino superior, ciência e inovação em Portugal.

A sessão de encerramento teve como convidados o Presidente da UGT-Braga, César Campos, a Presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, e o Presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio.

Na sua intervenção o autarca defendeu que os municípios não podem ser o “bode expiatório das falhas do Estado e do Poder Central” no sector da Educação e recusou a transferência de mais competências para os municípios sem recursos financeiros e meios objectivos.

Já a Presidente da UGT declarou que a contagem do tempo de serviço “é uma questão que é fundamental para os professores”, alertando que a carreira docente “não está a ser aliciante, não está a ser reconhecida e valorizada”. “Tudo isto faz com que a as novas gerações não queiram ser professores”, disse a dirigente sindical, alertando para “dados muito preocupantes” relativamente à procura desta profissão. “São os alunos com as notas mais baixas que entram no ensino superior para serem professores”. 

Além do Secretário-geral da UGT esteve também presente na conferência o Secretário-geral Adjunto, Sérgio Monte.

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