Os novos dados avançados pelo Instituto Sindical Europeu (ETUI) e a Confederação Europeia de Sindicatos (CES) mostram que os aumentos salariais na União Europeia ao longo dos últimos 16 anos teriam sido QUATRO VEZES maiores se tivessem refletido plenamente os aumentos de produtividade.

Em teoria económica, os aumentos salariais deverão seguir os aumentos de produtividade. Mas na Europa, esta tem aumentado muito mais do que os salários.

Entre 2000 e 2016, a produtividade aumentou três vezes mais do que os salários na Alemanha e na Croácia e duas vezes mais na Polónia e na Bélgica.

Na Áustria a produtividade teve um aumento 65% superior ao dos salários, 60% em Espanha e 30% nos Países Baixos.

Na Hungria, Roménia, Portugal e Grécia, os salários reais diminuíram, ao passo que a produtividade aumentou.

 

aumentos de produtividade (em %), 2000-2016

aumentos salariais (em %), 2000-2016

UE 28

10

2,5

Croácia

42

11

Alemanha

13

4

Bélgica

14

7

Polónia

64

32

Áustria

11

6

Espanha

16

10

Países Baixos

15

12

Hungria

19

-5

Portugal

18

-3

Roménia

10

-15

Grécia

2

-10

Fonte: Base de dados AMECO. A produtividade corresponde ao PIB real por trabalhador assalariado e os salários à remuneração real por trabalhador

“Os aumentos salariais estão atrasados em relação à produtividade há anos”, disse Esther Lynch, Secretária Confederal da Confederação Europeia de Sindicatos (CES). “Os trabalhadores não estão a ser devidamente remunerados pelo seu trabalho.”

“A enorme discrepância entre aumentos salariais e de produtividade constitui prova concreta da necessidade de aumentar os vencimentos dos trabalhadores por toda a UE.”

“É preciso haver uma negociação coletiva justa entre sindicatos e empregadores em toda a Europa para que haja aumentos salariais dignos e adequados. Os governos e instituições europeias deveriam fazer todos os possíveis para fomentar e proporcionar as negociações salariais.”

As estatísticas salariais mais recentes datam de 2016. Tem havido aumentos salariais desde então, incluindo alguns acordos significativos na Alemanha, mas persiste o facto de que, este século, a produtividade ultrapassou em larga escala as remunerações.