A UGT levou as comemorações do Dia do Trabalhador a Figueiró dos Vinhos. A central sindical dedicou o 1º de Maio à região Centro e aos territórios atingidos pelos incêndios de junho passado.

O dia começou bem cedo para o Secretário-geral da UGT respondendo aos pedidos habituais dos jornalistas que em dia de comemorações solicitam a antecipação das festividades. Depois de um directo para o Bom Dia Portugal, na RTP1, em Campelo a comitiva sindical seguiu para o quartel doe Bombeiros de Castanheira de Pêra onde num acto simbólico prestou homenagem aos bombeiros da região. Uma iniciativa que contou com a presença dos três presidente de câmara das regiões afetadas pelos incêndios de 2017, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos e Pedrogão Grande, os comandantes das três corporações de bombeiros, com os bombeiros sobreviventes do acidente com o autotanque e com o secretário-geral dos trabalhadores social-democratas (TSD), Pedro Roque.

Seguiu-se a deslocação a uma empresa de serração da região de Figueiró dos Vinhos que perante o flagelo dos incêndios manteve os 45 postos de trabalho, estando actualmente a laborar a 40 por cento da sua capacidade.

A comitiva sindical partiu para a zona onde ocorreu o embate do autotanque dos bombeiros de Castanheira de Pêra e que vitimou o bombeiro Gonçalo Conceição e feriu outros quatro bombeiros. Neste local, a UGT com a presença dos três presidentes de câmara e os comandantes do Bombeiros Voluntários das corporações das três regiões depositou uma coroa de flores, prestando um minuto de silêncio em memórias das vítimas.

De Castanheira de Pêra, a Pedrogão Grande, passando por Figueiró dos Vinhos, a central sindical deixou uma mensagem de solidariedade e pediu um olhar mais atento para aqueles que vivem no interior do País. O Secretário-geral apelou a uma discriminação positiva para o interior e à necessidade de um apoio por parte do Estado e das empresas privadas. Para o líder da UGT a discriminação das regiões do interior passa pela criação de incentivos à fixação de empresas e de trabalhadores. Acrescentou também que para que as pessoas se fixem no interior “é preciso ter serviços públicos e não encerrar escolas, não encerrar centros de saúde, e continuar a ter estações de CTT”.

Chegado à pacata vila de Figueiró dos Vinhos, o Secretário-geral da UGT passou pelo local onde a Federação Nacional de Educação (FNE) atribuiu os prémios aos alunos vencedores do concurso “Era uma vez… o 1º de Maio”.

Após a hora de almoço deu-se início às festividades e aos aguardados discursos político-sindicais.

A presidente Lucinda Dâmaso destacou o compromisso que a UGT assumiu, de não esquecer zonas de baixa densidade que “precisam de ser olhadas de outro modo”, onde as pessoas tenham as mesmas oprtunidades e onde os serviços públicos continuem a existir. Lucinda Dâmaso garantiu que a central sindical não descansará enquanto "todos os portugueses não forem olhados de igual modo”. 

Antes de apresentar as reivindicações da central sindical, Carlos Silva anunciou o donativo dos Presidentes do sindicato LIUNA 183, Jack Oliveira, e do  sindicato da Construção civil de Toronto, Joel Filipe, de um cheque no valor de 35 mil dólares canadianos destinado às corporações de bombeiros da região.

Nas mensagens transmitidas no seu discurso, destaque para a defesa da redução do IRC à taxa de zero por cento, durante um período inicial de três anos, passado gradualmente para uma taxa reduzida, como forma de garantir a atração de empresas no interior. A ideia é ter “como contrapartida a obrigação de criar postos de trabalho, sendo que uma parte deles deve ser com contratação a termo”, destacou o líder da UGT. “Mais do que falar do passado, importa hoje falar do futuro, do que importa fazer para que outras populações sejam atraídas para o interior do País e alterem o ciclo de muitas décadas de desertificação, de envelhecimento das populações e de baixa natalidade, de falta de investimento público e privado que fixe jovens e atraia outros. Porque viver no interior não é uma fatalidade”.

Ainda durante o discurso, o líder da UGT, perante um jardim com milhares de pessoas, propôs um compromisso de Concertação Social para que a chaga da precariedade seja combatida e erradicada gradualmente. Defendeu também o aumento do salário mínimo nacional para os 615 euros em 2019 e a necessidade de aumento dos salários na Função Pública e o descongelamento das carreiras.

Sublinhou que a UGT “nunca teve receio das lutas, preferindo a mesa das negociações. Mas quando a via do diálogo conduz a resultado zero, então chega o momento de ir para a rua. E é isso que acontecerá nos próximos dias”, alertou Carlos Silva, referindo-se à greve convocada pela FESAP (Federação dos Sindicatos da Administração da Saúde e de Entidades com fins públicos) para os dias 2 e 3 de maios para o sector da Saúde, e para a de dia 4 de maios dos trabalhadores não docentes da Educação. Da mesma maneira que apoiará a manifestação nacional dos professores, de dia 19 de Maio, em Lisboa.

Não deixou também de fazer referência ao sector bancário, manifestando a total solidariedade da central aos sindicatos da Federação do Sector Bancário (FEBASE) na reivindicação justa por aumento salariais no sector. ”São os trabalhadores aqueles que mais têm sofrido com os desvarios e desmandos que aconteceram no sector bancário. São eles quem dá a cara perante os clientes, tentando responder por decisões levianas que foram tomadas pelos gestores”, destacou Carlos Silva.

Após dos discursos, a festa continuou com a animação garantida pelo cantor Toy.

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