A Comissão de Mulheres da UGT organizou uma jornada de reflexão que juntou dezenas de jovens para analisar a questão da igualdade de género e as suas implicações na educação.

A Presidente da Comissão de Mulheres, Lina Lopes, apresentou o tema e fez uma abordagem aos estereótipos de género. Abordou ainda a questão da polémica em torno do lançamento de duas publicações com actividades que diferenciam cores, temas e graus de dificuldade dos exercícios para rapazes e raparigas e que levaram a uma recomendação da CIG (Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género) à editora para que os livros fossem retirados dos pontos de venda.

A professora universitária convidada, Alexandra Duarte, lançou o desafio aos jovens presentes para refletirem sobre esta questão uma vez que são eles os verdadeiros agentes da mudança num longo caminho que ainda há a percorrer para alcançar a igualdade entre géneros. Para a oradora convidada não se pretende que exista uma uniformização de género, mas sim que exista a potenciação das qualidades de ambos os géneros para uma efectiva igualdade de oportunidades.

O Secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, falou sobre o papel da educação e das escolas no tratamento da igualdade de género. Para o dirigente sindical o sistema educativo tem responsabilidade e contribuiu muito para o fomento da igualdade de género no sistema de ensino, mas considera que existem factores externos à escola que concorrem e que dificultam o trabalho do ensino escolar. Acrescentou que o espeço que a escola pode ocupar na dinamização desta temática está em concorrência com aquilo que na sociedade são os princípios assumidos para a igualdade de género.

Perante este facto, João Dias da Silva disse que se a educação é importante na consciencialização dos jovens sobre este tema também é preciso que a organização e os conteúdos no ensino promovam uma efectiva igualdade de género.

A sessão de encerramento esteve a cargo da Presidente da CIG, Teresa Fragoso, que numa abordagem pragmática à questão da recomendação da entidade que preside para a retirada dos livros de actividades do mercado, desafiou os jovens a assumirem um espírito crítico perante os estereótipos que ainda são impostos e, que face a isto, assumam uma posição de transformação e de mudança para o desenvolvimento uma sociedade mais justa e igualitária no que toca à igualdade entre géneros.

O Secretário-geral Adjunto, Sérgio Monte, assumiu que a UGT continuará a manter na sua agenda esta questão, reiterando que em sede de concertação social a central sindical continuará a reivindicar a adopção de medidas que contribuam de forma positiva para a igualdade de género no mercado de trabalho e na sociedade.