A UGT promoveu várias iniciativas enquadradas nas comemorações do Dia Internacional da Mulher.
No dia 7 de Março, a Comissão de Mulheres da UGT deslocou-se à Assembleia da República para uma reunião com a deputada socialista, Isabel Moreira, no sentido de apelar e sensibilizar o Parlamento português para a necessidade de apreciar a viabilidade da ratificação da Convenção 190 da OIT sobre a violência e assédio no trabalho.
O Código de Trabalho proíbe as discriminações de género e a violência e assédio no local de trabalho e qualificando-o de contraordenação grave, mas proibir não é suficiente já que 12,6% dos portugueses já foi vítima de assédio. Ora, este número está em flagrante contraste com os processos instaurados pela ACT e pela IGT [mesmo sem contar com situações de trabalho atípico ou informal que possam escapar ao escrutínio destas entidades].
A tolerância zero a este tipo de crimes não pode esbarrar em procedimentos complexos e morosos que fragilizam a vítima deixando-a em dificuldades perante um sistema que favorece os silêncios e os tabus, em lugar de promover a prevenção de comportamentos indesejados e a compensação das vítimas.
A lei existente tem de ser aplicada e para isso é necessário o reforço dos meios inspectivos mas também é necessário melhorar a recolha de dados sobre o fenómeno para poder estabelecer metas e objectivos exequíveis; continuar a divulgação de informação sobre o assédio, quais as suas consequências e sanções que pode implicar; distribuição regular de informação sobre a política de prevenção de assédio; promoção de ações de formação; criação de procedimentos formais de queixa sobre situações de assédio; criar linhas de apoio à vítima que garantam a confidencialidade; reforçar os mecanismos de apoio, proteção de direitos e compensação; tornar os processos substancialmente mais expeditos.
Nesse sentido, a Comissão de Mulheres voltou a pugnar para que existam avanços nesta questão, para efectivamente se concretize um momento de viragem para um problema que afecta um número significativo de trabalhadores e trabalhadoras. A deputada socialista comprometeu-se a questionar a tutela da pasta do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre este assunto.
Também no dia 8 de Março, a Confederação Europeia de Sindicatos (ETUC/CES) organizou uma ação de rua, "Safe All the Way", em Bruxelas, no qual a UGT marcou presença, através da sua Secretária Executiva, Vanda Cruz.
Nesta ação, o movimento sindical europeu enfatizou a importância da segurança no trajeto de ida e volta para os locais de trabalho, sendo da responsabilidade do empregador fornecer um ambiente seguro na deslocação dos trabalhadores.
A violência e o assédio nos transportes público são um fenómeno persistente que afeta particularmente as mulheres, relembrou a Secretária-Geral da ETUC/CES, Esther Lynch.
De acordo com a Convenção 190 da OIT, exige-se que as deslocações de e para o local de trabalho sejam integradas pelos empregadores como parte das políticas para locais de trabalho mais seguros e saudáveis, prevenindo e combatendo a violência e o assédio.
Ainda no dia 8 de Março, a UGT-Castelo Branco realizou uma palestra temática alusiva à temática do Dia Internacional da Mulher, destacando o papel feminino e a importância da diversidade, do empreendorismo e inclusão das mulheres nos vários sectores da sociedade.
Ver Materiais da CSI sobre a Convenção 190 da OIT nos links abaixo
09 março 2023