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UGT - Ala de Quadros

No dia 15 de novembro realizou-se a Assembleia Geral 2023, no Porto. Esta reunião decorreu graças ao excelente acolhimento da nossa Directora Executiva Elizabeth Barreiros e dos seus colegas da UGT - União Geral de Trabalhadores. O acolhimento e a organização foram, como esperado, impecáveis.

Com uma agenda muito preenchida (que inevitavelmente se prolongou), tivemos o prazer de contar com a presença da Presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, do Secretário-Geral Adjunto da Confederação Europeia de Sindicatos (CES), Claes-Mikael Stahl, dos antigos Presidentes da Eurocadres, Michel Rousselot e Martin Jefflén e (através de uma contribuição online) de Esther Lynch, Secretária-Geral da CES. Com a participação de mais de cinquenta membros do Eurocadres de vários estados-membros, este encontro contribuiu para uma série de debates cruciais.

 

Documentos aprovados

 

Foram apresentados vários documentos, incluindo documento do Eurocadres com a posição sobre as alterações climáticas "Trabalhar para a sustentabilidade: Criar locais de trabalho europeus ecológicos e resilientes", o Relatório Anual Eurocadres 2023 e as seguintes resoluções:

 

- Apelo a um cessar-fogo no Médio Oriente

- Lutar por uma Europa dos trabalhadores

- Necessidade de legislação sobre a Inteligência Artificial no trabalho

- Profissionais e gestores contra a austeridade

 

Estes documentos são o resultado de um excelente trabalho entre e com os membros, a quem agradecemos o seu debate, contributo e, quando necessário, compromisso.

 

Noticia adaptada pela UGT

 

Noticia original AQUI

 

 

 

16 novembro 2023


UGT - Ala de Quadros

A Coimbra Business School (ISCAC) recebeu, no passado dia 31 de maio, o Seminário subordinado ao tema “O Impacto da Transformação Digital na Qualidade da Liderança”, organizado pela Ala de Quadros e a UGT Coimbra. 

Esta iniciativa, realizada em formato híbrido e aberta ao público, proporcionou um debate bastante interessante, em que os palestrantes apresentaram uma visão objetiva sobre os desafios que a transformação digital irá impor à sociedade e as consequências dessa revolução, quer numa perspetiva académica, quer num ponto de vista mais prático de quem está no mercado de trabalho, com especial foco nos cargos de liderança. 

A sessão iniciou com uma intervenção do Presidente da UGT-Coimbra, Jacinto dos Santos, que referiu que a transformação digital é algo que, hoje, é indissociável das nossas vidas e que está agora a decorrer a grande velocidade, depois de quebrada a resistência inicial de todos os agentes envolvidos.

Seguiu-se a intervenção do Prof. Doutor Alexandre Silva, Presidente da Coimbra Business School (ISCAC), que destacou a atualidade do tema e a forma intensa como ele se repercute na vida profissional de cada um e na necessidade de termos líderes preparados para este desafio. Opinião partilhada por Mário Mourão, Secretário-Geral da UGT, que enalteceu a iniciativa, num momento em que se materializam grandes transformações, nesta era digital, com impacto nas formas de gestão e com mudanças abruptas e disruptivas. O contexto, referiu, acelerou a necessidade da alfabetização digital, sobretudo em empresas tradicionais, importando, pois, requalificar estas pessoas para que possam enfrentar os desafios profissionais do futuro, fator determinante nesta equação.

Também as lideranças necessitarão de novas respostas, de novas formas de trabalho, de novos modelos lógicos de desenvolvimento, mas também de trabalhadores fortemente capacitados ao nível tecnológico. E aqui reside, afirmou o SG, o grande desafio.

Numa perspetiva académica, a Profª. Isabel Pedrosa, coordenadora do Mestrado de SIG da CBS, traduziu a visão de como tecnologias emergentes, como a IA, afetam, já hoje, a dinâmica laboral, com elevado risco de automação de um elevado número de profissões e o consequente desemprego que daí poderá advir e a necessidade de uma readaptação das pessoas pela mudança do tipo de profissionais que o mercado hoje necessita.

Por seu turno, o Prof. Wander Carvalho, coordenador do Mestrado de GRH da CBS veio salientar a necessidade de as organizações planearem meticulosamente as suas estratégias de recursos humanos, no sentido de conseguirem, a cada momento, ter resposta para as suas necessidades de trabalhadores, nos mais diversos setores e como os líderes hoje, acima de qualquer outra competência, devem ser gestores de comportamentos. A liderança é, nos tempos modernos, desafiante e obriga o líder a reforçar os seus soft skills, a adaptar-se neste mundo em rápida mudança, reforçou.

Seguiu-se um painel, contando com a moderação de Carlos Moreira, Diretor de RH da Câmara Municipal de Loures, que teve como oradores Joaquim Messias, do SPZC, Nuno Carvalho, do SBC, Victor Santos, do SINTAP, Rui Vicente Martins, do SOJ, e Daniel Matos, do Mais Sindicato e Secretário-Executivo da UGT, onde, de modo multidiverso, se proporcionou uma visão de como cada uma das profissões representadas por estes sindicatos poderá ser afetada pela digitalização e a sua perspetiva futura, numa dinâmica profissional, a partir de uma visão sindical e das necessidades que se anteveem, em que no modelo que todos conhecemos de contacto direto e pessoal se está a transformar em função do teletrabalho e de novas formas de comunicação.

Elizabeth Barreiros, Presidente da Ala de Quadros da UGT, resumiu, na sessão de encerramento do seminário, este debate como um problema para o qual poucos estão, ainda, sensibilizados, mesmo a nível sindical, já que estas organizações vêm sentido esta necessidade de adaptação à transformação digital. São, referiu, “diferentes categorias de trabalhadores, é certo, com os mesmos problemas, mas com abordagens diferentes”.

Entender o papel dos sindicatos neste novo contexto de transformação digital será, pois, essencial para manter a continuidade destas instituições e, consequentemente, o garante do bem-estar dos trabalhadores e da dinâmica social e este papel tem, necessariamente, de passar as fronteiras. “Só se aceitarmos esta realidade poderemos construir algo forte e sólido a nível sindical”, defende, concluindo que “esta transição digital terá de ser feita para e com as pessoas, sob pena de tudo poder ser posto em causa, inclusivamente a nível politico-sindical”.

O seminário foi encerrado por Lucinda Dâmaso, presidente da UGT, que enalteceu a oportunidade da sua realização e a importância do fomento deste tipo de debate, importante para a consolidação de uma visão sindical de futuro, tendo lançado o repto de continuidade na discussão desta problemática num futuro próximo.


Ficheiros Anexos:
Apresentação - O impacto da transformação digital no trabalho - Isabel Pedrosa CBS ISAC 

Clip Anexo(s) (1)

07 junho 2023


UGT - Ala de Quadros

Paris foi a cidade escolhida para acolher a Assembleia Geral do Eurocadres, no passado dia 20 de Outubro. Os participantes tiveram oportunidade de delinear e fazer um balanço da situação dos Quadros a nível da Europa, perante as drásticas mudanças que ocorreram nos últimos doze meses, alinhavando, em simultâneo, uma visão estratégica para enfrentar os desafios futuros.

A agenda da reunião deste ano centrou-se na  implementação do vasto programa de projetos políticos desenvolvidos pelo secretariado (policy programme) e o impacto do Eurocadres na representação dos Quadros a nível da Europa. Num debate interativo, abordaram-se os desafios enfrentados no último ano pelos membros a nível nacional, mas também pelo novo secretariado com Sede em Bruxelas, que teve de se adaptar a mudanças na sua composição, assumindo ao mesmo tempo o reforço da proteção da categoria de trabalhadores que representa e que mais cresce na Europa – os Quadros.

Através de um painel, moderado pela Presidente, os diversos coordenadores dos grupos de trabalho relataram as respetivas atividades a nível da segurança e saúde ocupacional/teletrabalho (OHS/Telework WG, apresentado por Elizabeth Barreiros), requalificação/investigação (Skills & Research WG, apresentado por Paula Ruiz), inteligência artificial/sustentabilidade (AI/Sustainablity WG, apresentado por Ute Meyenberg) e igualdade/género (Gender/Equality WG, apresentado por Lotta Savinko). 

 
   

A agenda europeia para os próximos doze meses será dominada não só pelas transições verdes e digitais, mas em grande parte pela resposta da Europa à nossa "crise do custo de vida e da energia", que atiraram milhões de cidadãos para posições precárias.  

Os Quadros da Europa continuarão a ter um papel importante a desempenhar para assegurar que o Conselho Europeu, a Comissão, o Parlamento e os governos nacionais coloquem as necessidades dos cidadãos à frente dos desejos corporativos e das ideologias políticas. Os trabalhadores precisam de um aumento salarial, de uma retoma da inflação e dos custos, de segurança nos locais de trabalho e de acesso aos serviços sociais, entre outros.  

Durante o próximo ano, o Eurocadres e os respetivos membros irão continuar a  trabalhar no sentido de impulsionar uma Europa melhor, com os trabalhadores no centro da sua agenda.

 

Documentos aprovados pela AG:

 

 

Fonte original: www.eurocadres.eu

 

02 novembro 2022


UGT - Ala de Quadros

Para além da nossa Assembleia Geral, na semana passada também assistimos à conclusão do nosso projecto europeu de dois anos sobre digitalização, com uma conferência final realizada em Paris a 20/21 de Outubro. Tivemos o prazer de receber mais de 100 participantes, que participaram numa agenda preenchida ao longo de dois dias.

A digitalização é uma das questões mais significativas que os locais de trabalho europeus enfrentam, com grandes preocupações, entre outras, sobre o nosso futuro mundo de trabalho, o papel da autonomização, o uso da inteligência artificial (IA) e a protecção de dados. Os profissionais e gestores estarão na vanguarda da transição digital da Europa, mas as lacunas no conhecimento, protecção e competências levaram a que o assunto se tornasse uma questão de preocupação para milhões de trabalhadores.

Com uma agenda preenchida, a nossa conferência centrou-se na vigilância no trabalho, no uso da IA, nas melhores práticas e no papel dos trabalhadores europeus. A nós juntaram-se oradores, entre outros, da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu, com um relatório final detalhando os resultados do projecto ainda por publicar.

Nos últimos dois anos organizámos, para além da nossa conferência final, três workshops e um seminário sobre: competências digitais, o direito de desligar, IA e vigilância e liderança. Ao fornecer uma visão global dos desafios enfrentados por profissionais e gestores, o nosso projecto cobriu uma série de áreas onde os trabalhadores podem agir para garantir a protecção dos seus direitos, com exemplos de melhores práticas e casos de empresas dando aos participantes soluções aplicáveis a problemas existentes e futuros.

Aceda a toda a informaçãosobre esta importante conferência que teve lugar em Paris, nos dias 20 e 21 de Outubro nos links abaixo

Guia de Boas Práticas: Moldar a digitalização e garantir os direitos dos empregados

Lista de verificação para o desenvolvimento de sistemas de IA éticos

 

Clip Anexo(s) (5)

28 outubro 2022


UGT - Ala de Quadros

Muito antes das últimas eleições na Europa a nossa complacência começou a custar-nos caro

A União Europeia é, no seu conceito mais simples, um dos projetos de paz mais bem-sucedidos da história mundial.

"Unidos na diversidade" tem sido a pedra angular de uma comunidade europeia que cresceu para se tornar a terceira maior economia global, uma figura proeminente na proteção dos direitos humanos e um centro de investigação, desenvolvimento e progresso. A UE é um garante dos nossos direitos fundamentais, com o desenvolvimento e a proteção dos nossos direitos pessoais, cívicos, políticos, económicos e sociais, todos eles decorrentes dos princípios e do direito da União. 

Apesar das suas deficiências, a UE dá-nos a oportunidade de melhorar a nossa comunidade à medida que se desenvolve, tendo-nos dado mais do que qualquer um dos seus fundadores poderia ter antecipado na assinatura da declaração de Schuman. No entanto, a UE e os seus valores fundamentais são continuamente questionados. 

Ao longo dos últimos anos, concentrámo-nos em questões singulares que ameaçam a UE, apesar de não as termos encarado suficientemente como um sintoma de uma preocupação política mais ampla. Não se trata do Brexit e da promoção de mentiras ao dinheiro russo. Não se trata da ascensão da política venenosa de Giorgia Meloni no país que nos deu Bella Ciao. Não se trata de Orban ou da Lei e da Justiça. Trata-se da nossa oposição à extrema-direita e da nossa complacência em lutar contra ela. Esta, juntamente com as alterações climáticas, é uma das maiores ameaças à proteção coletiva dos cidadãos europeus. 

Os direitos fundamentais pelos quais o movimento operário lutou ao longo da história têm tido um lugar primordial no centro da UE. Os movimentos de extrema-direita ameaçam estes valores e o trabalho intergeracional levado a cabo pelos defensores dos direitos humanos. 

Em vários Estados-Membros, vimos a política que nos procura colocar uns contra os outros ganhar força nas sondagens. Para além dos resultados recentes na Suécia e na Itália, de cinco em cinco anos esperamos com ansiedade coletiva para ver se a França se afastou dos populistas por mais um mandato. Tornou-se quase uma realidade aceite que a política europeia deve resistir à extrema-direita em cada eleição. 

Esta mudança na política dos cidadãos europeus pode ser atribuída a diversos fatores: o custo de vida e a crise energética, a desinformação, os resquícios do COVID-19, a política que protege os lucros sobre as pessoas, etc. Tudo isto são fatores que contribuem, mas o movimento sindical tem de avaliar onde não conseguimos convencer os outros na nossa política. A nossa visão inclusiva e equitativa para a vida europeia deve ser encarada como o melhor resultado, em lugar de nos colocar uns contra os outros, como a extrema-direita faria e continuará a tentar fazer. 

Os sindicatos têm sido, desde há muito, a principal voz nos apelos à melhoria das condições salariais e de trabalho, à consecução da igualdade entre todos os trabalhadores, à aplicação de uma tributação justa das empresas e à redistribuição da riqueza para os necessitados, ao investimento público na saúde, à educação e à habitação, à não discriminação e ao avanço dos direitos de todos os trabalhadores. 

Apesar disso, a ideologia tóxica de que os imigrantes, e não as empresas, são de alguma forma responsáveis pelos nossos problemas (um código característico da extrema-direita) tem, de alguma forma, ressoado junto dos eleitores europeus. Fomos demasiado lentos a agir, tendo um imposto sobre os preços da energia necessário muito mais cedo em toda a Europa, sido um exemplo em que a complacência nos custou caro. Para além de não avançado as nossas políticas da melhor forma, fomos também muito lentos a denunciar a retórica repleta de ódio dos políticos de extrema-direita. 

Mas há razões para otimismo. Cada vez mais trabalhadores vêem a necessidade de sindicalização, com alguns avanços históricos na América a reforçar as nossas fileiras internacionais. As nossas diferentes crises demonstraram que o sistema que construímos não é equitativo, sustentável ou benéfico para nós ou para o nosso planeta, tendo muitos apelos sindicais à repressão das práticas de negligência empresarial, aos danos ambientais e aos lucros crescentes sido atendidos. Os trabalhadores começaram a encontrar a sua voz, enquanto a política progressista começou a tornar-se dominante a nível global. 

Os sindicatos continuarão a lutar pelos cidadãos da Europa. Continuaremos a apoiar a política progressista e procuraremos virar a maré contra aqueles que promovem o ódio. Uma melhor economia e sociedade são possíveis, mas apenas através da política e de políticas que nos protegem a todos. 

Este apelo à ação deve ser alargado a todo o espectro da política europeia. Deve ter uma abordagem de tolerância zero à extrema-direita, independentemente do tempo, da questão política ou do lugar. Enquanto sindicatos, temos de continuar esta abordagem, ao mesmo tempo que apresentamos a nossa alternativa para uma Europa melhor. 

As nossas fronteiras nacionais não nos protegerão desta luta. Aplica-se a todos os europeus, sindicalistas e crentes numa sociedade justa no sentido de se mobilizarem contra a extrema-direita, independentemente do local onde operam. 

A nossa união foi abalada por inúmeras crises ao longo da sua existência, mas esta é uma crise que nós, juntos, teremos de ultrapassar.

Nota: Tradução da responsabilidade da UGT, baseada no artigo original da EUROCADRES 

Link para o original AQUI

28 setembro 2022


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