O Eurocadres concluiu um projeto de dois anos centrado na re-qualificação de quadros técnicos e gestores. Este projeto, financiado pela Comissão Europeia, examinou as barreiras à requalificação, estratégias para as ultrapassar, assim como o papel dos sindicatos e parceiros sociais na garantia da formação dos trabalhadores.

A necessidade de aprendizagem ao longo da vida e de requalificação contínua é evidente em todos os sectores na Europa. De acordo com um estudo da OCDE de 2018, 32% dos empregos atuais são suscetíveis de sofrer mudanças significativas na forma como são conduzidos. Corroborando este estudo, uma investigação a nível europeu conduzida em 2013 revelou que 39% das empresas da UE tiveram dificuldades em encontrar pessoal com competências adequadas. O "Pacto de Competências" da Comissão procura colmatar as lacunas onde elas existem, mas com o mundo do trabalho em constante mudança como consequência da transição para ume economia mais verde e digital, a formação deve fazer cada vez mais parte do nosso dia de trabalho. Para tal, será primordial o diálogo com instituições europeias e nacionais, parceiros sociais, empregadores e sindicatos. Este diálogo foi fundamental para os nossos esforços ao longo dos últimos dois anos.

Com início em 2020, este projeto enfrentou uma série de desafios devido à pandemia da COVID-19, mas ainda conseguiu realizar com sucesso duas sessões interativas, através de teleconferências, em Setembro e Janeiro de 2021, juntamente com um seminário presencial em Bruxelas, a 29 de Março de 2022. Com a adesão de participantes de toda a Europa, estas sessões centraram-se no fornecimento de informação de base sobre os canais disponíveis para a re-qualificação, programas nacionais abertos aos trabalhadores, melhores práticas a nível sectorial e empresarial e iniciativas europeias como as contas individuais de aprendizagem (ILA – Individual Learning Account).

Durante o seminário, que teve a duração de dois dias, os participantes refletiram sobre a capacidade dos sindicatos e dos representantes dos trabalhadores de influenciarem positivamente o número e a qualidade dos estabelecimentos de formação disponíveis para os profissionais e gestores europeus. Com a utilização de ferramentas online, os participantes desenvolveram esboços de potenciais estratégias sindicais para aumentar a disponibilidade de formações no local de trabalho, e a aceitação por parte dos trabalhadores. O seminário presencial centrou-se nas iniciativas europeias que visam as competências, juntamente com as melhores práticas das empresas em França e na Bélgica.

 

"Uma Transição Justa só será possível se forem dadas aos trabalhadores as ferramentas necessárias para se adaptarem ao nosso mundo de trabalho em mudança. Como este projeto demonstrou, a requalificação será crucial para atingirmos os nossos objetivos a nível da economia verde e digital ao longo dos próximos anos".

 

O projeto contou com a participação de instituições europeias, representantes dos empregadores, organizações da sociedade civil e peritos em formação, tendo a conferência final refletido sobre as competências necessárias para uma transição justa, e sobre a forma como a organização do trabalho pode facilitar a atualização/requalificação e o “Pacto Europeu para as Competências”.

"Com mais de 100 participantes ao longo destes dois anos, vimos que os trabalhadores qualificados estão definitivamente no topo da agenda dos sindicatos em toda a UE", salientou a Presidente do Eurocadres, Nayla Glaise.

Uma Transição Justa só será possível se os trabalhadores receberem as ferramentas necessárias para se adaptarem ao nosso mundo de trabalho em mudança. Como este projeto demonstrou, a requalificação será crucial para atingirmos os nossos objetivos em termos de transição sustentável e digital, ao longo dos próximos anos.

Após a conclusão deste projeto, o Eurocadres publicará um relatório detalhado sobre as catividades e conclusões do trabalho efetuado.

 

Fonte: www.eurocadres.eu