Nos dias 8 e 9 de Fevereiro, investigadores europeus e representantes de sindicatos deslocaram-se a Bucareste para participar no primeiro workshop do Eurocadres sobre condições de trabalho na área da investigação, tendo a "Mobilidade e oportunidades de carreira" sido o principal tema de incidência. Em representação da Ala de Quadros da UGT estiveram presentes o dirigente Joaquim Messias, e o professor do instituto Politécnico de Viseu, José Luís Abrantes.

 

Este projeto, uma exigência de longa data dos membros do Eurocadres, centra-se na necessidade de fornecer conhecimentos sobre as políticas europeias relacionadas com os investigadores, incluindo o Espaço Europeu de Investigação, a Carta Europeia do Investigador e o Código de Conduta para o Recrutamento de Investigadores. Ao analisar as disposições que os trabalhadores têm nestes textos (e o seu impacto nas condições de trabalho), os objetivos ao longo deste projeto são:

 

- Aumentar a consciencialização sobre as condições de trabalho e emprego dos investigadores na Europa

- Identificar políticas e atividades sindicais nacionais e europeias que promovam as necessidades dos investigadores na Europa

- Desenvolver orientações políticas e medidas necessárias para tornar o trabalho na investigação mais atrativo

- Melhorar as condições de trabalho dos investigadores, o papel dos sindicatos e dos representantes dos trabalhadores no diálogo social, na negociação coletiva e nos debates sobre reformas políticas e jurídicas a nível nacional e europeu

- Promover o intercâmbio de boas práticas sindicais em matéria de apoio e representação dos investigadores.

 

Ao longo do projeto, o Eurocadres procura destacar algumas das prioridades dos investigadores em toda a Europa, muitos dos quais não beneficiam de condições de trabalho adequadas, apesar do seu papel crucial nas nossas sociedades. O Eurocadres procurará assegurar que a mobilidade e o reconhecimento das qualificações sejam garantidos, que as oportunidades de carreira para os jovens investigadores sejam asseguradas, que a igualdade de género e a diversidade sejam uma constante em todo o sector, que os direitos de propriedade intelectual sejam protegidos e que a investigação e o desenvolvimento recebam o financiamento e o investimento necessários para que o sector prospere.

Antes de lançar este projeto, o Eurocadres inquiriu cerca de 600 investigadores, perguntando-lhes quais os desafios que enfrentavam na sua vida profissional e qual a melhor forma de melhorar as suas condições. Os 598 inquiridos, oriundos de 12 países da UE (juntamente com entrevistas qualitativas de 9 Estados-Membros), descreveram algumas das dificuldades que enfrentam, referindo que os seguintes aspectos, em particular, representam um fardo/pressão na sua situação pessoal (trabalho e vida) (incluindo restrições às oportunidades de carreira):

 

- Maior incerteza quanto ao financiamento (o que leva a uma evolução insegura da carreira)

- Aumento dos encargos administrativos para os investigadores

- Oportunidades de carreira inseguras

- Contratos de curta duração devido a restrições de financiamento

- Aumento da concorrência no domínio da investigação, o que resulta numa maior pressão sobre os investigadores

- Acima de tudo, as condições financeiras e as incertezas no financiamento e as consequências daí resultantes (contratos limitados, pressão laboral, etc.) representam um encargo para os investigadores.

Fotografia: Eurocadres